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Quarenta e um países já anunciaram a suspensão total ou parcial da compra de carne brasileira, desde o aparecimento de focos de febre aftosa no Brasil, anunciou hoje o Ministério da Agricultura.
A lista dos países que suspenderam a importação de carne brasileira inclui os 25 da União Europeia, Rússia, Bolívia, Singapura, Egipto, Moçambique, Namíbia, Noruega, Paraguai, Peru, Ucrânia, Uruguai, África do Sul, Argentina, Chile, Cuba e Israel.
Um estudo recente da MB Associados prevê prejuízos na exportação da carne brasileira este ano na ordem dos 200 milhões de reais (74,4 milhões de euros).
Já as autoridades da área agrícola avaliam as perdas causadas pela febre aftosa entre 500 milhões de reais (186 milhões) e mil milhões de reais (372 milhões de euros).
No ano passado, o Brasil exportou cerca de dois milhões de toneladas de carne bovina, num total de dois mil milhões de euros, segundo dados do Governo brasileiro.
Alguns países suspenderam totalmente a compra de carne brasileira, enquanto outros só suspenderam a importação do produto da região atingida, após serem detectados quatro focos da doença no Estado do Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do Brasil, na região fronteiriça com o Paraguai.
O Governo brasileiro já anunciou a liberação de uma verba de emergência de 3,5 milhões de reais (1,3 milhões de euros) para o combate à febre aftosa.
De acordo com a Agência Sanitária do Mato Grosso do Sul, os governos federal e estadual deverão indemnizar em 10 milhões de reais (3,7 milhões de euros) os fazendeiros que tiveram o gado abatido devido à ocorrência de focos de febre aftosa. A data das indemnizações não foi, todavia, definida.
Desde a confirmação do primeiro foco de aftosa na região, a 10 de Outubro, cerca de 5.000 bois já foram abatidos e a indemnização é avaliada em 2.000 reais por cada cabeça de gado sacrificada.
Uma área de 25 quilómetros na região fronteiriça do Mato Grosso do Sul com o Paraguai está isolada, ou seja, não há circulação de animais.
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de carne bovina, com um rebanho de cerca de 195 milhões, sendo 25 milhões (12,8 por cento) no Estado de Mato Grosso do Sul.
Em relação à gripe das aves, o Brasil, maior exportador de frangos do mundo (2,5 milhões de toneladas/ano), está a tomar medidas preventivas para barrar a entrada do vírus H5N1 no país. A fiscalização foi intensificada e as aves migratórias estão a ser monitorizadas.
O Ministério da Saúde já encomendou medicamentos para tratar até nove milhões de doentes. Serão gastos 193 milhões de reais (71,8 milhões de euros) somente com os remédios, segundo as previsões.
Além disso, o Governo destinou 3,1 milhões de reais (1,153 milhões de euros) para o Instituto Butantan produzir uma vacina contra a gripe das aves. A previsão do Governo é de que a vacina esteja pronta em Janeiro de 2006.
Fonte: Lusa
