Os cérebros das ex—anorécticas mostram algumas diferenças nos padrões cerebrais, refere um estudo publicado na edição de Dezembro do “American Journal of Psychiatry”. Esta percepção pode ajudar futuras terapêuticas, mas também a perceber melhor o risco das recaídas neste complexo e por vezes fatal distúrbio alimentar.
Os investigadores reuniram um grupo de 13 mulheres ex–anorécticas e o mesmo número de mulheres sem a patologia e submeteram as voluntárias a um jogo de computador.
Recuperadas da doença e passado mais de um ano com o peso normalizado, as ex-anorécticas ainda mostraram um funcionamento especial do cérebro. Cada grupo tinha de responder a uma questão rápida. Uma resposta correcta valia dois dólares de recompensa e a resposta errada implicava que o “jogador” pagasse um dólar. Enquanto decorria o jogo, a actividade cerebral foi monitorizada de várias formas, designadamente com recurso a ressonância magnética (RM).
Segundo Walter Kaye, líder da investigação da University of Pittsburgh School of Medicine, as novas técnicas de imagiologia permitem obter novas pistas sobre o funcionamento do cérebro. No caso da anorexia nervosa, será possível aprofundar as razões que levam estes doentes a recusar comida e outros prazeres recompensadores. “Além disso, percebemos melhor por que é que as pessoas com Anorexia se preocupam tanto.” Para o especialista, os resultados do jogo mostram que as mulheres saudáveis reagiam às vitórias e derrotas apreciando o momento e seguindo em frente, enquanto as doentes com Anorexia tinham dificuldades em libertar-se dos resultados.
Fonte: Anil