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O Grupo Alcides Branco vai investir 14 milhões de euros na construção da maior unidade portuguesa de transformação de bagaço de azeitona e no aumento da capacidade de produção da sua fábrica de tomate em Ferreira do Alentejo.
O projecto, ontem apresentado em Ferreira do Alentejo, prevê canalizar a maior parte do investimento, oito milhões de euros, para mais do que triplicar a capacidade de transformação de tomate da fábrica Tomsil, que irá passar das actuais 35 mil toneladas anuais para as 110 mil.
A fábrica, instalada na localidade de Fortes, a oito quilómetros da vila de Ferreira do Alentejo, “atravessava dificuldades económicas” e foi adquirida pelo grupo Alcides Branco, no final de 2007.
O presidente do grupo, Alcides Branco, justificou o investimento na Tomsil com uma “clara opção de marketing” ancorada na “excelente qualidade” e na “grande procura” do tomate produzido no concelho de Ferreira do Alentejo e que vai permitir produzir um concentrado com “muitas possibilidades de escoamento nos mercados mais exigentes”.
O concentrado de tomate produzido na “renovada” Tomsil, que deverá começar a funcionar em pleno “até ao final do primeiro semestre de 2009”, antes da próxima campanha do tomate, que decorre durante o Verão, vai ser “exportado na totalidade”.
“Sobretudo para países como o Japão, Coreia, Austrália e França”, nos quais será usado por indústrias conserveiras ou vendido por cadeias de distribuição com marcas próprias”, explicou Alcides Branco, em declarações à agência Lusa.
Associado a outros produtos do grupo, como o azeite, o concentrado de tomate produzido pela fábrica de Ferreira do Alentejo “ajudará à afirmação” do grupo Alcides Branco “em mercados altamente exigentes, como os asiáticos”, frisou o empresário.
Junto à Tomsil, num investimento de seis milhões de euros, o grupo vai construir uma unidade de transformação de bagaço de azeitona, um subproduto constituído por fragmentos de pele, polpa e caroço de azeitona e resultante da produção de azeite em lagares.
Através da unidade, que deverá começar a funcionar “até ao final deste ano”, antes da campanha olivícola 2008/2009, o bagaço, oriundo de lagares do Alentejo, vai ser transformado e encaminhado para ser usado como combustível térmico na central de produção de energia eléctrica a partir de biomassa do grupo, situada em Vila Velha de Rodão, no distrito de Castelo Branco.
A unidade, que terá capacidade para transformar 100 mil toneladas de bagaço de azeitona por ano, será “a maior” do género em Portugal e irá tornar o Grupo Alcides Branco “no terceiro maior produtor” de bagaço de azeitona na Península Ibérica.
O grupo já tem quatro unidades de transformação de bagaço de azeitona em Portugal e duas em Espanha, cuja produção “é comercializada no mercado externo, em mais de 53 países”.
O Grupo Alcides Branco facturou “cerca de 52 milhões de euros” em 2007 e com estes dois novos investimentos, que poderão criar “até 30 postos de trabalho”, a juntar aos 17 já existentes na Tomsil, prevê aumentar a sua facturação em “cerca de 15 por cento”.
“Se obtiver autorização da Direcção-Geral de Energia”, o grupo, adiantou Alcides Branco, prevê ainda investir 20 milhões de euros na construção de uma central de produção de energia eléctrica a partir de biomassa em Ferreira do Alentejo, com uma capacidade instalada de cinco megawatts.
A central, frisou o empresário, irá permitir “fechar, no mesmo local, todo o ciclo de valorização” do bagaço de azeitona transformado em Ferreira do Alentejo.
Para o presidente do município de Ferreira do Alentejo, Aníbal Costa, o investimento do Grupo Alcides Branco vai ser “extraordinariamente importante” e “fundamental” para o desenvolvimento económico do concelho, sobretudo para a produção de tomate, com “grande tradição” na região.
Fonte: Agroportal
