Descargas de pescado aumentaram 13,3% no ano passado em Portugal

Valor médio do peixe caiu quase oito por cento, mas foi compensado por uma maior eficiência da frota nacional. Sardinha continua a ser a espécie de eleição e Matosinhos lidera.

O preço médio do pescado descarregado em Portugal no ano passado caiu quase 8 por cento, mas a facturação global da frota aumentou. É a consequência de um ano em que a produção global conheceu um incremento de 13,3 por cento – de 152,1 mil toneladas, em 2009, para 172,3 mil toneladas, em 2010.

Este desempenho, revelado pela Direcção-geral das Pescas e Aquacultura, traduz um aumento claro de eficácia face ao ano anterior – claramente desastroso -, mas não foi ainda suficiente para chegar aos registos de 2008. Nesse ano, a produção da frota nacional ultrapassou as 177 mil toneladas, fruto de condições climatéricas muito favoráveis e um estado dos stocks muito mais saudável do que nos dois anos subsequentes.

As águas da plataforma continental continuam a ser o principal sustentáculo da armação portuguesa. Em 2010, deram às redes 148 mil toneladas de peixe. Seguem-se os Açores, com quase 20 mil toneladas (o dobro do conseguido em 2009), a Madeira (4700 toneladas) e a Espanha (250 toneladas). Em claro recuo estão os pesqueiros do Norte de África, que em 2008 representaram quase 660 toneladas e, no ano passado, ficaram-se pelas 18,5 toneladas.

A pesca nesta área é feita debaixo dos acordos celebrados pela União Europeia, que é obrigada a respeitar uma série de condições quanto ao funcionamento da frota – a presença de cidadãos dos países que controlam cada zona económica exclusiva é uma delas. Muitas vezes, estas condições não agradam aos armadores nacionais, que assim preferem buscar outros destinos.

Sardinha lidera

Há vários anos alvo de medidas preventivas que visam preservar o equilíbrio dos stocks – nomeadamente através de um defeso anual de dois meses -, a sardinha continua a ser a espécie de eleição dos pescadores portugueses. Em 2010, foram descarregadas nos portos portugueses 64 mil toneladas, o que corresponde a 43 por cento do total nacional. Seguem-se a cavala – que tem pouca saída para o consumo directo das famílias, mas é fundamental para a indústria de conservas -, com 22 mil toneladas, o carapau (11,7 mil) e os polvos ((10,6 mil). Peixe-espada, berbigão, atum, pescada, raias, faneca e, até, tubarões são outras das espécies que compõem o cardápio da frota nacional.

O preço médio da sardinha à saída da lota rondou, em 2010, os 0,64 euros por quilo, enquanto o da cavala, ficou pelos 0,25 cêntimos. Numa outra latitude de preços, encontram-se os polvos (3,58 euros), o atum (2,7 euros), a pescada (2,65 euros) e a raia (2,31).

Com uma extensa frota a operar na sardinha, o porto de Matosinhos voltou a ser, no ano passado, o mais eficiente do país. Lá foram descarregadas 35 mil toneladas de pescado, praticamente um quarto do total nacional. Seguem-se Figueira da Foz, Sesimbra, Peniche e Olhão.

Com uma forte componente de marisco, atum e polvos (peços médios mais elevados), os portos do Algarve são aqueles que conseguem maiores rentabilidades na operação pesqueira, apesar de relativamente menor tonelagem descarregada ao longo de um ano.

Fonte: Público

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