Consumidores travam economia europeia

Os principais responsáveis pela desaceleração da economia da zona euro no segundo trimestre do ano foram os consumidores, cuja tendência pode continuar a acentuar-se.

O Eurostat divulgou os dados oficiais para a evolução da economia europeia no período de Abril e Junho de 2008, nas vésperas de mais uma reunião do banco Central Europeu para decidir taxas de juro.

A nova informação divulgada ontem pela Eurostat, confirmou uma quebra de 0,2 por cento no Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro face ao trimestre anterior, constituindo a primeira retracção da economia desde a criação do euros, em 1999.

Incluindo a evolução das várias componentes do PIB, a conclusão mostrou que é ao nível do consumo privado que se regista um desempenho mais negativo, cuja variação comparada com o mesmo período do ano anterior caiu 1,2 para 0,4 por cento, o que corresponde ao valor mais baixo na série disponibilizada pelo Eurostat para os países da zona euro, desde 1996.

A descida no consumo entre os europeus deu-se na mesma altura em que se sentiam os efeitos de uma subida dos preços do petróleo e dos alimentos e de uma alta das taxas de juros praticadas pelo mercado.

Mesmo com o actual cenário dos mercados das matérias-primas a revelarem-se mais favoráveis, os últimos indicadores não prevêem grandes alterações em relação a uma recuperação do consumo privado durante o terceiro trimestre deste ano.

Para além da divulgação de todos estes dados, o Eurostat anunciou que, em Julho, as vendas no comércio a retalho caíram 0,4 por cento face a Junho e 2,8 por cento face ao período homólogo, ou seja, um resultado pior do que o previsto.

Os indicadores de confiança também têm continuado a cair de forma acentuada, e não apenas o consumo, com o investimento a cair 1,2 por cento em cadeia, abrandando para um crescimento de 2,4 por cento em termos homólogos, o que veio confirmar o maior pessimismo das empresas e a sua dificuldade em obter crédito.

O abrandamento das exportações, afectadas pela situação mundial e pelo euro forte, levou a uma perda de 0,4 por cento em cadeia e a um recuo para uma variação de 3,6 por cento em termos homólogos.

Todos estes factores, em conjunto com a inflação, vão estar em discussão na reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, com a generalidade dos analistas a apostarem na manutenção das taxas de juro, diz o Público.

Fonte: Público e Confagri

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