Co-incineração: Farinhas Armazenadas Carregado Serão Primeiras a Destruir Outão

As 8500 toneladas de farinhas de animais depositadas há anos num armazém no Carregado vão ser as primeiras a ser destruídas pela fábrica de cimentos da Secil, no Outão, disse hoje fonte do Ministério da Agricultura.

De acordo com a mesma fonte, após os testes de co- incineração de resíduos não perigosos na cimenteira do Outão que começam quarta-feira com a queima de três toneladas/hora de farinhas animais e de 2,5 toneladas/hora de resíduos de pneus, serão queimadas as farinhas armazenadas no Carregado.

Os testes terminam no dia 15 de Julho.

O Ministério da Agricultura avançou ainda que o depósito do Carregado já foi desinfestado três vezes este ano e que até final de Agosto serão destruídas 25 mil toneladas de farinhas há anos espalhadas pelo país em armazéns.

As farinhas são resultantes do abate de animais na sequência da crise das chamadas “vacas loucas”.

As queixas de maus cheiros e o aparecimento de insectos junto ao armazém do Carregado tiveram origem na empresa Palmigráfica e levaram a que o delegado de saúde de Alenquer, em conjunto com o Instituto Nacional de Garantia Agrícola e a Câmara Municipal de Alenquer, se vá deslocar ao local ainda esta semana para verificar as condições de acondicionamento do armazém.

O responsável da empresa Palmigráfica, situada na zona industrial do Carregado disse à agência Lusa que “quando chega o Verão, a casa (empresa) fica infestada de mosquitos e com um cheiro horrível”, alegadamente provenientes do armazém onde se encontram as farinhas depositadas há vários anos.

“Nós somos os mais directamente afectados porque somos quem está mais perto”, contou o proprietário da Palmigráfica, Manuel Trindade.

O proprietário disse ainda que efectuou várias queixas à GNR (brigada do Ambiente), delegado de Saúde, Câmara de Alenquer mas “o que é certo é que continua a infestar os trabalhadores e estamos aqui 55 pessoas porta com porta para esta situação”.

“Há vidros partidos, as portas não são calafetadas, não têm isolamento e os trabalhadores sentem-se incomodados”, frisou.

Contactado hoje pela Lusa, o delegado de saúde do concelho de Alenquer, Rui Fialho, disse que irá deslocar-se ao local para ver se o armazém “necessita de mais medidas de acondicionamento ou de uma desinfestação adicional”.

De qualquer modo, o delegado de saúde adiantou que o seu parecer final sobre aquela situação é no sentido “da destruição por incineração”.

Esta é a segunda vez que a Delegação de Saúde se desloca ao local na sequência de anteriores queixas da empresa tendo também na altura emitido um parecer onde afirmava que “as farinhas deveriam ser removidas e eliminadas correctamente”.

“Já falei com o INGA (Instituto Nacional de Garantia Agrícola, entidade responsável pelo conteúdo do armazém) e vou lá nos próximos dias ver o estado do armazém”, disse Rui Fialho

Fonte: Confragi

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