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A China lançou um satélite com 215 quilos de sementes e cogumelos para os expor a radiações cósmicas visando obter colheitas de “magníficos frutos e legumes, mais fortes e de maior qualidade”, anunciou ontem a agência Xinhua.
O “Shijian-8” descolou no sábado do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na província nortenha de Gansu, a bordo do foguete “Long March-2C”, e a sua entrada em órbita foi um êxito.
As 2.000 sementes serão expostas a nove tipos diferentes de radiações cósmicas e a micro-gravitação. Quando o satélite voltar à Terra, os dados recolhidos servirão ao ministério da Agricultura para desenvolver novos cultivos.
Diferentes instituições serão encarregadas de trabalhar com estas sementes para tentar produzir culturas de elevada eficácia e de grande qualidade, de acordo com o centro de Reprodução Espacial da Academia de Ciência Agrícola chinesa.
A China espera com este tipo de experiências solucionar parte do problema da agricultura no país que, com uma população de mais de 1.300 milhões de pessoas, apenas conta com uma proporção de solo arável com menos de 14 por cento da superfície.
Desde 1987, a China já lançou para o espaço 22 satélites deste tipo, mas esta foi a maior carga de sementes de sempre e o primeiro satélite consagrado especificamente a estes fins.
As autoridades chinesas têm feito experiências com sementes desenvolvidas desta forma durante anos, e já obtiveram colheitas de trigo e arroz mais abundantes após serem expostas ao espaço.
Embora não tenha sido revelado os tipos de sementes enviados, sabe-se que algumas são de cereais, legumes e cogumelos.
A ambição de desenvolver uma agricultura espacial para fornecer alimentos a astronautas ou a futuras colónias humanas em planetas como Marte foi um dos temas mais apaixonantes de quantos foram tratados em Julho na 36ª Assembleia do Comité de Investigação Espacial, que decorreu em Pequim.
Fonte: Lusa
