China aceita partilhar com OMS amostras do vírus H5N1

As autoridades de saúde chinesas aceitaram partilhar com a Organização Mundial de Saúde (OMS) vinte amostras do vírus H5N1, que causa a gripe das aves, para ajudar os cientistas a desenvolver uma vacina, disse hoje em Pequim a OMS.

Julie Hall, coordenadora do departamento de vigilância e resposta a doenças transmissíveis na representação da OMS em Pequim, disse hoje aos jornalistas que as autoridades chinesas autorizaram um pedido da organização de duas dezenas de amostras para análise.
As análises devem ser realizadas em laboratórios internacionais que tentam conhecer melhor o funcionamento do H5N1, a estirpe mais perigosa do vírus.

«Esperamos que, numa questão de dias ou semanas, no máximo, nos sejam entregues as amostras», disse Julie Hall, por ocasião da conferência de imprensa de abertura de um fórum sobre mecanismos de resposta aos factores sociais por trás das doenças infecto-contagiosas.

O Fórum, organizado pela OMS e pelo Ministério da Saúde da China, reuniu mais de 60 representantes de vários países e da sociedade civil.

Hall disse ainda que o Ministério da Saúde chinês foi mais cooperativo com a OMS do que o Ministério da Agricultura, que se revelou reticente à partilha de amostras.

As partes estão ainda a debater as formas de transporte das amostras e quais os laboratórios que as vão analisar, disse Hall, adiantando que, em 2004, a China forneceu quatro amostras para análise, mas não cedeu nenhuma no ano passado.

«Esperamos que esta não seja uma partilha sem continuidade, mas o início de partilhas regulares que não envolvam tantas negociações como tivemos desta vez», desejou Hall, que atribui a reticência da partilha dos vírus à protecção das pesquisas já desenvolvidas por parte dos cientistas chineses.

No início de Março, o governo chinês apelou aos países em vias de desenvolvimento para que partilhem amostras de H5N1, para prevenir uma pandemia humana.

Desde o início de 2005, a China registou já 15 vítimas humanas de gripe das aves, 10 das quais morreram.

Fonte: Diário Digital

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