Carne de borrego tem problemas de higiene e de má conservação

A carne de borrego à venda na Grande Lisboa e no Grande Porto tem problemas de higiene e de conservação, o que se reflecte na sua qualidade, revela um estudo da Pro Teste, revista da Deco. A associação pede a intervenção da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) para que “fiscalize e actue”.

Os técnicos da Pro Teste compraram 17 amostras de perna de borrego em estabelecimentos da Grande Lisboa e do Grande Porto, das quais 11 compradas em talhos a granel e seis em hipermercados já embaladas. Detectaram mais problemas nos produtos pré-embalados do que nos vendidos a granel.

Um médico veterinário inspeccionou a carne e chumbou nove (53%) ou por falhas na conservação ou por falta de higiene. E a perna comprada no Talho Torre, no Porto, foi mesmo eliminada “devido ao estado de putrefacção em que se encontrava”, explicam os técnicos. Apresentava uma cor esverdeada, cheirava mal e tinha fraca consistência.

A perna pré-embalada do Feira Nova e a amostra do talho do Intermarché “continham percentagens elevadas de Enterobacteriaceae”, o que revela falta de higiene. “A negligência verificada é inadmissível, embora, ao cozinhar-se, a carne seja sujeita a temperaturas elevadas que eliminam esses microorganismso”, justifica a Deco, que denunciou a situação à ASAE.

Apenas três pernas apresentavam “uma higiene irrepreensível” e foram as peças compradas no El Corte Inglês, em Lisboa, e nos talhos Gonçalves Bateria e Costa, Porto, e das Carnes Sá da Bandeira, Vila Nova de Gaia.

Foi também motivo de denúncia a falta de salubridade na amostra comprada nos Talhos Boavista, Porto. “É urgente que os comerciantes, bem como os distribuidores, tenham mais informação e formação. A saúde pública e a segurança alimentar não podem ser negligenciadas”, sublinham os técnicos.

A análise às bactérias patogénicas revelaram a presença de Listeria monocytogenes nas amostras pré–embaladas do Modelo e da Natruial Carnes (Jumbo) e a granel no Talho da Torre, embora em pequenas quantidades e que não ameaçam a saúde.

Não foram encontrados resíduos de medicamentos, ao contrário do que aconteceu com testes anteriores realizados pela Pro Teste, nomeadamente as espetadas de peru, analisados há um ano.

Fonte: Diário de Notícias

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