Brucelose já atingiu o distrito de Santarém

A brucelose, que atingiu quase quatro dezenas de pessoas na região de Leiria, pode estar a começar a infectar doentes no distrito de Santarém. O alerta foi feito, já esta semana, pela Sub-Região de Saúde de Santarém aos 22 Centros de Saúde daquela zona. Anteontem, o Hospital de Leiria registou o caso de um doente, residente em Alcanena (Santarém), cuja análise veio a confirmar estar infectado com brucelose.

Em Leiria, permanecem hospitalizadas três pessoas. O caso mais recente, um homem, de 70 anos, deu entrada na no hospital na quarta-feira.

O alerta aos Centros de Saúde, explicou ao JN Ana Maria Simões, adjunta da Delegação Regional de Saúde de Santarém, pretende deixar os médicos de família “de prevenção” para a sintomatologia associada à brucelose. E surgiu por receio que o proprietário do rebanho contaminado – que veio a confirmar-se ser o responsável pela propagação da bactéria nos concelhos de Leiria, Batalha e Porto de Mós – tenha vendido leite e derivados, não pasteurizados, a consumidores do distrito de Santarém.

O rebanho, localizado em Fátima, concelho de Ourém, foi abatido anteontem, por decisão da Direcção Geral da Veterinária, que poderá avançar judicialmente contra o proprietário dessa exploração e a vendedora de queijos.

O surto de brucelose foi detectado no concelho da Batalha, há cerca de um mês. Os casos de doentes foram-se sucedendo, atingindo, a semana passada, os 37, nos concelhos de Batalha, Leiria e Porto de Mós.

A alegada vendedora dos queijos frescos não pasteurizados foi identificada, mas não contou, de imediato, que comprava leite a um produtor de Fátima. A verdade só foi descoberta no final da semana passada.

As autoridades de saúde temem, por isso, que o proprietário dos animais doentes tenha vendido produtos lácteos a outras pessoas estando, por isso, a lançar o alerta e a investigar a situação.

Sublinhando desconhecer o caso do doente de Alcanena detectado no Hospital de Leiria, cuja notificação ainda não terá chegado a Santarém, Ana Maria Simões lembrou que o número de casos naquele distrito, desde o início do ano “não é fora do normal”. Foram detectados 18 doentes com brucelose, a maior parte por contacto directo com a carne de animais.

“Estamos atentos à possibilidade de surgirem outros casos, até porque a brucelose tem um período de incubação longo. A doença pode manifestar-se meses depois de ter sido ingerido o produto contaminado”, disse.

Fonte: JN

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