Os industriais de lacticínios esclareceram hoje que os casos de brucelose que se registaram na região de Leiria apenas se devem ao consumo de queijo fresco não pasteurizado, cuja produção e comercialização é proibida.
Em comunicado, a Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL) informou que as recentes notícias sobre o surto da doença “estão a afectar fortemente a comercialização de produtos com qualidade e fabricados de acordo com todos os preceitos ao nível da segurança alimentar”.
No Hospital de Santo André, em Leiria, estavam terça-feira internados seis doentes com brucelose, na sequência do surto da doença que, desde Junho, já atingiu 20 pessoas dos concelhos de Leiria, Porto de Mós e Batalha.
Segundo a Autoridade de Saúde do Distrito de Leiria, a causa da propagação da doença está identificada: a ingestão de queijo fresco não pasteurizado, produzido na Batalha, “cuja venda é proibida”.
A AMIL lamenta que, para ilustrar este tema, estejam a ser publicadas imagens de produtos perfeitamente identificados e que são produzidos por empresas de reconhecida capacidade e qualidade e que nada têm a ver com o presente surto de brucelose.
Estas empresas, prossegue a AMIL, “estão já a sentir na pele as quebras de vendas derivadas em muito à falta de cuidado e ao sensacionalismo de quem noticia”.
A AMIL considera que devem ser accionadas “todas as medidas coercivas previstas na lei” em relação aos produtos em causa e ao responsável pela sua colocação no mercado.
Os industriais de lacticínios lembram que a produção e comercialização de queijos frescos não pasteurizados é “expressamente proibida” há mais de 30 anos.
“É do conhecimento científico comum que a pasteurização do leite evita a contaminação do queijo com brucelose”, segundo a AMIL.
A brucelose é uma zoonose – doença que se pode manifestar nos animais e é transmissível aos humanos -, também designada por “febre mediterrânea”, “febre de Malta” ou “doença de Bang”.
Fonte: Lusa