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A mudança climática causada pelo aquecimento global afectará a produção agrícola brasileira, nos próximos anos, com diminuição da produção de grãos e aumento da cana-de-açúcar e do etanol, segundo um estudo ontem tornado público.
O estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Universidade de Campinas, indica que até 2020 o Brasil deverá registar a perda de áreas actualmente cultiváveis, num prejuízo estimado em 2,8 mil milhões de euros.
Num cenário optimista, com um aumento da temperatura de 1,5 a dois graus, entre 1990 a 2020, apenas as plantações de soja, por exemplo, vão diminuir 22 por cento, com prejuízos de 1,6 mil milhões de euros.
O café será o segundo produto mais afectado pela mudança do clima, com uma diminuição da aérea plantada de 6,7 por cento e prejuízos de 247 milhões de euros.
O aumento da temperatura provocará igualmente a transferência de plantações entre as regiões Sul e Nordeste para o Centro-Oeste do Brasil, que deverá transformar-se no maior celeiro de grãos do país.
As produções agrícolas das regiões Norte e Nordeste serão as mais afectadas pelas mudanças climáticas, uma vez que o calor aumentará a transpiração das plantas e exigirá maior consumo de água, que faz secar o solo, indica o estudo.
A consequência imediata será o prolongamento das estiagens nessas regiões, enquanto as geadas ficarão mais raras na região Sul do país.
O estudo da Embrapa, um dos institutos de investigação agrícola mais prestigiados do mundo, analisou impactos também nas plantações de algodão, arroz, girassol, milho, mandioca, soja e de cana-de-açúcar.
A mudança climática favorecerá apenas a cana-de-açúcar, utilizadas para produção de etanol, porque as plantações poderão migrar também para a região Sul do país, com o aumento da temperatura.
Com uma safra anual de cerca de 140 milhões de toneladas, o Brasil é auto-suficiente na produção de alimentos, importando apenas trigo.
Actualmente, o Brasil é o maior exportador mundial de café, açúcar, sumo de laranja, frango, carne bovina e o segundo em soja.
Fonte: Agroportal
