Bem-Estar Animal Justifica Pagar Mais por Carne e Ovos

Os consumidores europeus admitem pagar mais por produtos como carne e ovos se isso contribuir para o bem-estar dos animais, mas esperam que esses alimentos sejam mais facilmente identificáveis.

De acordo com um inquérito do Eurobarómetro (agência europeia) feito nos 25 países da União (mil pessoas em cada país, nos meses de Fevereiro e Março deste ano) apresentado ontem, 74 por cento dos europeus espera contribuir para o bem-estar animal através das compras que faz.

O inquérito diz que 57 por cento dos europeus estão dispostos a pagar mais por produtos na origem dos quais há uma preocupação com os animais.

Exemplificando, quando questionados se estão dispostos a pagar mais por ovos de produção caseira, 34 por cento dos europeus disseram que não, contra 57 que disse que sim, embora em Portugal essa disposição seja menor: 46 dizem que não e só 27 por cento admite que sim.

As especificidades de Portugal são patentes também quando se perguntou aos europeus se já tinham visitado uma quinta: foram os portugueses quem menos “perdeu tempo” junto das vacas, dos porcos ou das galinhas.

A média europeia indica que dois terços das pessoas já visitaram uma exploração agrícola e que destes quase quatro em cada dez fizeram-no mais de três vezes.

Dos portugueses só 11 por cento (quase um em cada dez) disse que fez essa visita mais de três vezes e 68 por cento disse que nunca visitou. Do outro lado da lista está a Dinamarca, onde 78 por cento dos inquiridos já visitou uma quinta mais de três vezes e só sete por cento nunca o fez.

O inquérito conclui, nesta linha, que os que visitaram quintas com mais frequência são também os que mais se preocupam com o bem- estar animal quando compram carne, leite ou ovos, e quem mais admite pagar um preço superior por esses produtos.

Porém, na Europa, há animais “mais iguais do que outros”, de acordo com o inquérito, com a maioria dos inquiridos (66 por cento) a ter uma opinião positiva sobre o bem-estar e protecção das vacas leiteiras, percentagem que desce para 45 por cento em relação aos porcos e para 32 por cento no que toca às galinhas.

Se 85 por cento dos finlandeses têm uma percepção positiva do bem-estar das vacas, já os portugueses são menos optimistas: a percentagem desce para 46. E nas porcas de criação o optimismo dos portugueses está também na base da tabela dos 25 países.

Porque as galinhas são o “parente pobre”, a maior parte dos cidadãos inquiridos defendeu como prioridade a criação de melhores condições para a galinha poedeira e para os frangos, seguindo-se os porcos na lista.

Ainda assim, 52 por cento dos europeus diz que raramente ou nunca pensa no bem-estar dos animais quando compra carne, com 43 por cento a admitir que pensa nessa questão.

E quando questionados sobre se conseguem identificar os produtos caseiros quando compram ovos, carne ou leite, 20 por cento dos europeus diz que a maior parte das vezes o faz, 33 diz que por vezes, 19 por cento raramente e 32 por cento nunca.

Se 44 por cento dos suecos diz que identifica esses produtos, em Portugal só oito por cento admite que o faz na maior parte das vezes e 16 por cento referiu que “às vezes” conseguia perceber.

Ainda em relação aos ovos os portugueses destacaram-se também por outra resposta: foram os que mais disseram que não compravam ovos, 24 por cento.

Finalmente, questionados sobre se na União Europeia a preocupação com o bem-estar dos animais é melhor, igual ou pior do que o resto do mundo, 45 por cento dos europeus diz que é melhor, 34 por cento igual e oito por cento pior.

Os belgas são os mais optimistas, com 61 por cento a votar no “melhor”, e os portugueses dos mais pessimistas, onde só 29 por cento acha que a protecção é melhor e 45 por cento pensa ser igual.

Fonte: Lusa

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