Aumento do “preço do leite não é ditado” pelo Governo

Os responsáveis da Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite (FENALAC), da Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL), da Associação de Produtores de Leite de Portugal (APROLEP ), e da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) estiveram hoje reunidos com o Ministro da Agricultura, António Serrano, para discutir os recentes problemas por que atravessa o sector leiteiro nacional.

A APROLEP ameaçou ontem avançar para uma greve, em caso de não haver um aumento para o preço do leite no consumidor, na sequência das recentes subidas do preço desta matéria-prima ao nível do produtor. Da reunião com António Serrano não saíram, no entanto, soluções, visto que “esta foi uma reunião de acompanhamento daquilo que está a acontecer no sector”, afirmou fonte oficial do Ministério da Agricultura ao Económico.

, Na mesma altura acrescentou que “o ministro apelou à cooperação entre a produção, indústria e distribuição, para que contribuam para a existência de um preço justo em Portugal como forma de fazer face ao aumento dos custos de produção”, mas lembrou que “não é o Ministério que dita os preços”.

No entanto, reforçou a mesma fonte, “existe um conflito, e por isso impõe-se descobrir onde se podem criar pontes de diálogo entre as partes de forma a ver onde e como este se pode resolver” o problema. O Ministério disse ainda não haver data marcada para um próximo encontro entre os responsáveis do sector dos lacticínios.

Responsáveis estão optimistas
Fernando Cardoso, da FENALAC, notou ao Económico que “não tínhamos expectativas de resolver os problemas hoje, mas conseguimos criar um clima de confiança, pelo que ficámos medianamente optimistas” em relação à resolução dos actuais problemas.

No entanto, notou aquele responsável, as questões dos preços “são assuntos que apenas os operadores económicos podem trabalhar. Nós representamos um conjunto de operadores, mas são eles e os outros elos da fileira que têm que se articular”. Mas “é claro que queremos contribuir para um clima optimista”.

Já a fonte do Ministério da Agricultura avançou que neste encontro “se estabeleceu um plano de trabalho num clima de grande confiança entre ambas as partes”, acrescentando que “a nível técnico, o Ministério, a indústria e a distribuição vão acompanhar e analisar todos os aspectos relacionados com a cadeia de produção”.

Na verdade, sublinhou Fernando Cardoso, é de “salientar a presença do sector da distribuição neste encontro. Porque, disse, “há um objectivo de base de remunerar o melhor possível a matéria-prima: mas tem de ser da distribuição a montante”, notou aquele responsável, sublinhando que este é um factor muitas vezes esquecido.

Produtores vão continuar a pressionar
Em declarações à Lusa, o presidente da APROLEP, Carlos Neves, adjectivou esta reunião de “positiva porque todos os intervenientes estão abertos ao diálogo e à negociação”. No entanto, o responsável espera agora que a “boa vontade demonstrada em ajudar a produção, ultrapasse a boa intenção”, deixando o aviso de que “os produtores não vão deixar cair a situação de sufoco financeiro em que se encontram e vão continuar a fazer pressão”.

Há mais de um ano que os produtores portugueses reclamam um ajuste no preço do leite aos produtores. Carlos Neves lembrou que os produtores estão “à beira da ruína e que se não houver um aumento de cinco cêntimos no preço do leite, “a maior parte das explorações agrícolas fecha portas”.

Os produtores “aguardam agora os resultados práticos” deste encontro para poderem sair “deste sufoco financeiro em que se encontram”, concluiu.

Fonte: Anil

Veja também

Consumo de café aumenta resposta ao tratamento da hepatite C

Os pacientes com hepatite C avançada e com doença hepática crónica que receberam interferão peguilado …