Associações contra importações de cereais transgénicos

A Plataforma Transgénicos Fora e a Associação de Agricultores do Distrito de Lisboa defenderam ontem a redução da importação de cereais transgénicos para rações de animais propondo o aumento da área agrícola cultivada com variedades tradicionais de culturas.

Segundo estas associações, as políticas europeias que restringem a produção de culturas destinadas à alimentação dos animais deveriam ser revistas e os próprios industriais deveriam fazer pressão nesse sentido para benefício dos consumidores.

“A União Europeia gasta dinheiro a pagar aos agricultores para não produzirem as proteínas para os animais (cereais) mas ao mesmo tempo é dependente em 75 por cento das suas necessidades”, afirmou ontem em conferência de imprensa João Vieira da Associação de Agricultores do Distrito de Lisboa.

João Vieira disse que as indústrias agro-alimentares (que produzem as rações para os animais) e que importam cereais transgénicos para a produção de rações deveriam “fazer pressão para que os produtos pudessem ser cultivados no país” evitando-se parte da importação e diminuindo os custos.

“Os industriais aceitaram os transgénicos para produzirem mais barato mas os Estados Unidos, que são fornecedores, retêm uma parte dessa produção (para os biocombustíveis) e por isso esta não é a solução” para o futuro, sustentou.

O maior produtor de rações, o grupo Valouro, alertou recentemente para o facto de nos países importadores de soja (Estados Unidos da América, Brasil e Argentina) se estar a produzir cereais com variedades de transgénicos ainda não autorizadas pela União Europeia e apelou a uma rápida aprovação para que não haja ruptura na produção animal.

Assumindo-se contra os transgénicos e defendendo o cultivo de variedades tradicionais, Alexandra Azevedo, da Plataforma, afirmou que “não se pode dissociar o cultivo dos transgénicos dos seus potenciais riscos para a saúde humana e animal”.

A responsável propôs que haja uma estratégia de marketing que permitisse diferenciar “a agropecuária de qualidade, com rotulagem dos produtos como livres de transgénicos e onde fossem excluídas as rações transgénicas”.

Os dois responsáveis falavam no Vilar (Cadaval), a única freguesia do país que segundo eles se declarou livre de transgénicos.

As ideias “de defesa da soberania alimentar” foram apresentadas no âmbito do Dia Internacional da Luta Camponesa que ontem se comemora.

Fonte: Agroportal

Veja também

Consumo de café aumenta resposta ao tratamento da hepatite C

Os pacientes com hepatite C avançada e com doença hepática crónica que receberam interferão peguilado …