A Associação de Agricultores do Oeste, que planeara distribuir batata à população de Lisboa sexta-feira devido a problemas de escoamento do produto, cancelou esta acção por uma cadeia de supermercados ter decidido negociar a sua compra.
“Estávamos há um mês à espera de entrar em negociações com a central de compras da cadeia de supermercados Intermarché e só depois de termos decidido ir a Lisboa oferecer cinco toneladas de batata em protesto é que marcaram uma reunião para sexta-feira de manhã”, disse à agência Lusa Feliz Jorge, secretário-geral da associação.
A associação espera chegar a um acordo com a central que permita escoar mil toneladas de batata.
Por outro lado, adiantou o responsável, a associação foi hoje recebida pelo secretário de Estado Adjunto da Agricultura e das Pescas, Luís Vieira, que “disponibilizou todas as informações sobre a linha de crédito para o sector que a associação necessitava para dar aos agricultores”.
“Com estas garantias decidimos cancelar a acção que visava chamar a atenção do Governo e da opinião pública para os problemas dos agricultores”, sublinhou Feliz Jorge.
A associação invocava ainda que “o mercado está inundado de batata proveniente de Espanha e de Marrocos”.
Contudo, em comunicado, o gabinete do secretário de Estado Adjunto, da Agricultura e das Pescas afirma que informou hoje a direcção da associação que “não compete ao Ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e das Pescas assegurar a comercialização ou garantir o escoamento dos produtos no mercado”.
O governo refere que “os agricultores já possuem mecanismos de apoio às organizações de produtores, nomeadamente apoios à criação de infra-estruturas que possibilitem um melhor armazenamento e embalamento do produto de modo a que este chegue ao consumidor nas melhores condições de qualidade”.
Relativamente aos problemas de produção originados pela geada, a mesma nota refere que os “agricultores têm à sua disposição um Seguro de Colheitas, financiado pelo Estado, que cobre em mais de 50 por cento os danos sofridos”.
Perante a perda de produção motivada pela seca, o governo relembrou que aprovou uma “Linha de Crédito no valor de 30 milhões de euros, com bonificação da taxa de juro a 100 por cento, para financiamento das pessoas singulares ou colectivas do sector horto-frutícola que tenham sido afectadas pela seca, nomeadamente o sector da batata”.
Fonte: Lusa