APED garante qualidade do leite

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) tentou esta terça-feira tranquilizar os consumidores portugueses, assegurando a qualidade do leite vendido nas lojas portuguesas. «Todos os Estados Membros têm o mesmo grau de exigência no que respeita às condições de produção e comercialização de leite, pelo que, independentemente da sua proveniência, o leite vendido pelas empresas filiadas na APED respeita todos os requisitos de qualidade e segurança alimentar», garante, em comunicado.

Esta foi uma das conclusões da reunião com o Ministro da Agricultura, com o secretário de Estado do Comércio e com os representantes da empresa Renoldy, que se realizou na segunda-feira, na sequência da polémica em torno desta temática. Recorde-se que a Renoldy, empresa sediada em Alpiarça, e que recebia o leite de cerca de uma centena de produtores do Centro e Sul do país anunciou que a partir da segunda quinzena de Julho vai encerrar, depois de algumas cadeias de distribuição terem decidido passar a comprar o leite que vendem nas suas superfícies no estrangeiro.

Na reunião, «a APED teve oportunidade de explicar a sua visão da situação estrutural da fileira do leite em Portugal, onde da parte da procura, existe uma forte e diversificada concorrência, enquanto do lado da oferta e pelo contrário, o grau de concentração é enorme existindo uma situação de quase monopólio por parte da Lactogal, que recolhe cerca de oitenta por cento do leite [???] no território continental».

Conclui o comunicado que nada de substancial resultou desta reunião, «uma vez que, como aliás é natural, caberá às empresas pela via do diálogo e da negociação procurar encontrar as soluções mais adequadas e viáveis».

… e esclarece posição no leite
A APED, no seu comunicado, refere ainda que a chegada da Renoldy, em 2004, foi encarada por todo o sector da Distribuição Moderna “como um factor positivo de aumento da oferta e da concorrência tendo sido desde o primeiro momento apoiada sem reservas pelas empresas de Distribuição”. A “preocupação”, segundo alguns associados da APED (Sonae e JM), manifestou-se quando em 2007 a empresa Renoldy foi adquirida pela Lactogal, levantando, assim, “perigos potenciais” e “retrocesso” face ao que a aquisição iria provocar na “transparência do mercado e nas alterações das condições de compra de leite”, tendo apresentado essas mesmas razões à Autoridade da Concorrência (AdC).

“Essa preocupação foi confirmada”, diz a APED, “quando se conheceram as profundas alterações introduzidas na Renoldy, pela Lactogal”. Ou seja, “foi dispensado o ‘management’ e alterada profundamente a política comercial, nomeadamente através duma brutal subida dos preços, factos que conduziram à redução da sua carteira de clientes e de produtos comercializados”, salienta a APED, admitindo que seria “desejável que a AdC reabrisse o dossier Renoldy e “aproveitasse para estudar o grau de concentração do mercado do leite em Portugal e a eventual existência de abuso de posição dominante”.

Finalmente, a APED informou ainda que nas duas principais empresas de distribuição suas filiadas “cerca de 80% do leite é proveniente de fornecedores portugueses através de uma multiplicidade de marcas e de diferentes preços para que os consumidores possam livremente escolher”, deixando a garantia que “todos os Estados Membros da União Económica têm o mesmo grau de exigência no que respeita às condições de produção e comercialização de leite pelo que independentemente da sua proveniência o leite vendido pelas empresas filiadas na APED respeita todos os requisitos de qualidade e segurança alimentar”.

Fonte: Anil

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