Alterações climáticas: fenómeno não é ficção científica

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, advertiu hoje que as alterações climáticas «não são assunto de ficção científica«, no seu discurso na abertura do segmento ministerial da Conferência sobre Alterações Climáticas de Nairobi.
«As alterações climáticas destroçarão colheitas, porão em perigo as populações costeiras, destruirão ecossistemas e aumentará os conflitos pelos recursos. Isto não é ficção científica. São cenários possíveis baseados em modelos científicos», acrescentou Annan.

O secretário-geral da ONU sublinhou que será muito menos custoso reduzir agora as emissões poluentes do que enfrentar as consequências mais tarde.

Na terça-feira, em Nairobi, os especialistas de seguros avisaram que os prejuízos económicos causados por catástrofes naturais poderão chegar a 780 milhões de euros por ano a partir de 2040.

Hoje, numa mensagem dirigida ao segmento político da Conferência de Nai robi, Kofi Annan considerou que é necessária mais «coragem política» para lidar com as alterações climáticas.

A Conferência de Nairobi está a discutir as novas formas de intensificar a luta contra as alterações climáticas, debruçando-se sobre o pós-Quioto (a partir de 2012).

O período pós-Quioto e o envolvimento dos países em vias de desenvolvimento como a Índia, a China e o Brasil nos esforços de redução dos gases com efeito de estufa (GEE) são alguns dos assuntos prioritários deste encontro.

Estes países ratificaram o Protocolo de Quioto mas não têm o objectivo de redução de emissões.

Tal como aconteceu em Montreal (Canadá) no ano passado, a reunião de Nairobi vai acolher paralelamente as negociações da Convenção (COP12), à qual aderiram 189 dos 192 estados-membros da ONU, e a segunda reunião das partes do Protocolo de Quioto (MOP2), ratificado por 156 países, com as excepções notáveis dos Estados Unidos e da Austrália.

No período 2008-2012, actualmente coberto pelo Protocolo, apenas 35 países industrializados e a União Europeia – os países do Anexo I, que representam cerca de um terço das emissões mundiais – devem reduzir em conjunto 5% das suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE), essencialmente resultantes da combustão de energias fósseis (gás, petróleo e carvão).

Exceptuando a Europa Central e de Leste, onde as emissões de dióxido de carbono baixaram 37% desde 1990 devido à recessão económica, as dos restantes países industrializados aumentaram 11%.

Para deter o aquecimento do planeta seria necessário reduzir as emissões de GEE em cerca de 60% até 2050.

Fonte: Diário Digital

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