Algarve: Seca e Rega Deficitária Provocam Quebra de 15% na Produção Citrinos

A seca severa e as regas deficitárias ao longo do Verão deverão provocar uma quebra de 15 por cento na produção de citrinos algarvios na campanha de Outono e Inverno, disseram ontem à Lusa produtores daquela fruta.

Do Barlavento ao Sotavento algarvios, as opiniões dos produtores são unânimes: a quebra na quantidade da laranja produzida no Sul do País é estimada em 15 por cento.

“Há menos quilos e menos qualidade de fruta em relação à campanha da Primavera deste ano”, disse à Lusa José Vilarinho, representante da Associação de Regantes e Beneficiários de Silves, Lagoa e Portimão, localizada na zona do Barlavento algarvio, onde existem cerca de oito mil hectares de citrinos.

A seca e a falta de humidade no ar registada na região, aliada à falta de água para regar convenientemente os pomares são os principais factores para a quebra no sector dos citrinos algarvios, adiantou José Vilarinho.

Estima-se que nesta campanha de Outono/Inverno se retirem cerca de 15 toneladas de laranja por hectare, em média, enquanto num bom ano se pode chegar às 20 mil toneladas por hectare, observou o representante dos produtores.

No Sotavento algarvio a quebra na produção da laranja ronda a mesma percentagem.

Horácio Ferreira, engenheiro e produtor para a Cacial – a maior Organização de Produtores (OP) de citrinos do Algarve que trabalha com 300 produtores e 90 associados – observa, por seu turno, que o frio é outra das razões para a diminuição de laranja.

“A falta de produção deve-se ao frio e a falta de calibre [nos citrinos] deve-se à falta de água”, explicou à Lusa Horácio Ferreira, referindo que a primeira campanha de Inverno vai baixar cerca de 15 por cento e que o calibre da fruta desce um ou dois pontos.

Embora a laranja vá ter menores dimensões nas bancas dos mercados e grandes superfícies, o produtor garante, no entanto, que a doçura e o sumo dos citrinos do Algarve vão manter-se.

O produtor Fernando Cristina, da Cooprobol, revelou- se mais confiante com a produção da laranja para a época do frio e o seu optimismo deve-se ao facto de se ter registado alguma precipitação na região.

“Com as primeiras chuvas, os citrinos desenvolveram- se mais, pois houve maior absorção dos fertilizantes e a fruta recuperou um pouco mais o calibre”, explicou Fernando Cristina, observando que a precipitação trouxe de novo humidade aos pomares.

Apesar de se prever que a produção baixe cerca de 15 por cento, os produtores de citrinos sublinham que não é líquido que os preços da fruta aumentem, mesmo que a procura seja grande.

E a causa está nas laranjas azedas que estão a ser introduzidas no mercado.

“As laranjas que estão a ser vendidas agora no mercado estiveram em câmaras de desverdização (para ganhar cor alaranjada), mas não tiveram o tempo necessário para a maturação e estão azedas”, refere O produtor Fernando Cristina, observando que o consumidor fica defraudado e não repete tão depressa a proeza de comprar o fruto.

Fonte: Lusa

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