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A multinacional holandesa Ahold poderá vender a participação de 49% que detém na Jerónimo Martins Retalho (JMR), no âmbito de um processo de reestruturação que levará a cabo, consideram os analistas do BPI. Segundo a avaliação do banco, esta participação vale cerca de 507 milhões de euros.
Refere o Diário de Notícias que os fundos de investimento Centauros Capital e Paulson, que controlam 6,4% do capital da Ahold, estão a pressionar a empresa para fazer uma reestruturação profunda, defendendo a alienação da sua unidade norte-americana para concentrar as operações na Europa.
Contudo, o BPI acredita que este plano pode implicar a venda de activos não core, onde se inclui a participação na Jerónimo Martins, que é minoritária e, por isso, onde não há controlo, afirmou ao DN o analista Eduardo Coelho.
“O comprador natural seria a Jerónimo Martins. Do ponto de vista estratégico, seria positivo para o grupo, uma vez que absorve o cash flow do negócio que está a crescer”, acrescentou. Além disso, permitiria alavancar o seu balanço (a dívida líquida sobre o EBITDA passaria de 1,5 para três vezes). O price target que o banco estabeleceu para 2007 é de 17 euros por acção da JM (face aos 15,70 euros de 2006).
Contactada pelo DN, fonte oficial da Jerónimo Martins sustentou que “neste momento não há qualquer alteração da participação da Ahold”, frisando que “a parceria entre as duas empresas dura desde 1992, sem nenhuma modificação”. Quanto a essa possibilidade se verificar no futuro, a empresa escusou-se a fazer comentários.
Com uma quota de mercado de 26%, a Jerónimo Martins opera no mercado português com as insígnias Pingo Doce (supermercados), Feira Nova (hipermercados e médias superfícies) e Recheio (cash & carry e plataformas de food service). Na Polónia, a empresa detém a cadeia Biedronka, líder no retalho alimentar.
Fonte: Anil
