Agricultores em dificuldades ajudados pelo Governo

A Federação Agrícola dos Açores (FAA) vai fazer um levantamento dos agricultores com maiores dificuldades na Região, por forma a que o Governo intervenha em seu socorro, por via do resgate leiteiro ou acesso a linhas de crédito bonificadas que possibilitem o respectivo saneamento financeiro. O anúncio foi feito pelo Governo Regional e FAA, através dos seus presidentes, respectivamente Carlos César e Jorge Rita, que reuniram no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, para analisarem a situação do sector na Região.

Uma situação que, segundo Jorge Rita, é abalada pela subida dos custos de produção (como por exemplo rações, adubos e combustível), das taxas de juro, do clima adverso e que o preço do leite pago pela indústria à produção não tem colmatado. O dirigente associativo reclama um aumento do preço do leite em mais 2 ou 3 cêntimos por litro, sem que haja uma redução de 2,5 cêntimos relacionada com a sazonalidade.

FAA esperançada nas soluções “Vamos fazer um levantamento dos agricultores em dificuldades”, garantiu Rita, para quem “o preço tem que subir ao produtor”, mais não seja porque “os custos são superiores ao que recebem muitas explorações”. Rita acredita que a opção do Governo Regional (a par das linhas de crédito) pelo resgate leiteiro, respeitante a 4 milhões de litros, pode ser uma saída digna para agricultores com explorações subdimensionadas e com um nível de receitas que não cobre a ‘factura’ da produção.

O resgate possibilita a retirada de pequenos produtores, sem grandes condições para produzirem leite, mediante o pagamento de uma compensação que permite a redistribuição da sua quota por outros agricultores com melhores condições. O líder da estrutura que defende os interesses da lavoura saiu satisfeito da reunião, à qual se associou o secretário da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues, mas não deixou de dizer que cabe ao Governo sentar à mesma mesa produção, indústria e distribuição.
Também o presidente do Governo diz ser “fundamental que o preço ao produtor compense o aumento dos custos de produção”, havendo condições para que a “indústria corresponda a esse aumento, independentemente da sazonalidade”. Carlos César constatou a existência de “maus investimentos” da lavoura numa conjuntura económica desfavorável, que conduziram ao “desequilíbrio” das explorações.

Segundo Carlos César, as ajudas que serão disponibilizadas deverão ser equacionadas na perspectiva do agricultor que enfrenta dificuldades, para se manter ou então abandonar o sector. “Temos de avaliar se vale a pena ajudar essas pessoas com linhas de crédito ou se devem abandonar a actividade”, frisou.

César diz que governo tem promovido diálogo na fileira do leite
O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, desvalorizou a proposta do PSD para criar o Observatório do Leite tendo em vista promover o diálogo nesta fileira, frisando que é o que o executivo tem feito. “O governo tem mantido um diálogo com os parceiros do sector leiteiro, influindo na melhoria dos rendimentos dos produtores. São iniciativas reservadas, mas que mantemos há longos anos”, afirmou Carlos César.

Por isso, considerou que a proposta recentemente anunciada pela líder regional do PSD/Açores para a criação do Observatório do Leite e dos Produtos Agro-alimentares, “não é nada de novo, é o que o governo faz no dia-a-dia”.

Fonte: Anil

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