Abertura aos domingos e feriados é prioridade da APED

A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que representa os hipermercados, mantém a liberalização dos horários das grandes superfícies “no topo das prioridades” e quer debater com o Governo “na primeira oportunidade”.
Em declarações, o presidente da APED garantiu que a associação “irá continuar a lutar por este tema, com todos os meios ao seu alcance, por entender que assim defenderá os interesses do consumidor e também os dos seus associados”.

Neste sentido, a actual direcção da APED, eleita este ano, definiu o tema “como uma prioridade do seu mandato”, garante Luís Vicente Dias, recordando que, em 2007, a associação entregou na Assembleia da República uma petição com 250 mil assinaturas defendendo a liberalização total do comércio. Apesar de a petição ter acabado por ser arquivada em 2008, porque “o grupo parlamentar do PS, de acordo com uma orientação do Governo socialista, pediu mais estudos sobre o tema”, a associação argumenta com o “impacto positivo” da liberalização na economia portuguesa para manter o assunto na ordem do dia.

De acordo com a APED, a actual legislação impede as grandes superfícies de abrir portas “durante um período de tempo que equivale a cerca de 30 dias por ano”. Isto apesar de, destaca, um estudo elaborado em 2008 pela consultora internacional Roland Berger apontar que a abertura aos domingos e feriados de tarde teria um impacte directo na economia portuguesa de 2.500 milhões de euros até 2017 (350 milhões de euros resultantes de investimentos, 500 milhões ligados à criação de emprego directo, 150 milhões ao emprego indirecto e 1.600 milhões de receitas fiscais).

No trabalho prevê-se também que a abertura das lojas nas tardes de domingos e feriados criaria 8.000 a 8.300 empregos directos e indirectos em Portugal, 71 por cento dos quais para trabalhadores com vínculo profissional estável, 74 por cento para jovens e 69 por cento para mulheres. Os autores do estudo apontam ainda que dois terços dos portugueses são a favor dos horários das grandes superfícies, por conveniência e flexibilidade, até porque metade dos inquiridos afirmou preferir efectuar as suas compras semanais ao fim-de-semana e 49 por cento no período da tarde.

Contactada fonte da comunicação da Sonae, que detém as insígnias de super e hipermercados Modelo e Continente, afirmou-se “totalmente a favor da liberalização”, salientando que “a alteração da legislação permitiria a criação imediata de muitos postos de trabalho e melhoraria os serviços prestados ao consumidor”. Para a Sonae – que no período do Natal chega a registar “um aumento superior a 50 por cento no volume de vendas” nos seus hipermercados – “a actual legislação discrimina negativamente mais de uma centena de hipermercados”, devendo “deixar-se o consumidor escolher”.

A Jerónimo Martins (que detém os hipermercados Feira Nova) e a Auchan (Jumbo) não se quiseram pronunciar sobre a liberalização, manifestando-se “solidárias” com a APED nesta matéria.

Fonte: Anil

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