AASM defende comercialização do leite do dia

O leite pasteurizado ou leite do dia, como é conhecido, não é comercializado em São Miguel há cerca de dez anos, devido à mudança de hábitos de consumo, porque actualmente as pessoas optam por leite com maior prazo de validade. No entanto, o leite do dia apresenta maiores benefícios nutritivos, com maior percentagem de gordura e proteínas. É um leite, praticamente, em estado puro que é apresentado ao consumidor.

O leite, depois de recolhido aos produtores, é aquecido a 75º, durante 15 segundos, sendo imediatamente arrefecido. A realização deste procedimento permite eliminar todas as bactérias que causam doenças e diminui a quantidade de bactérias que podem deteriorar o leite, além de garantir a sua higiene e preservar as suas qualidades nutritivas. Depois, é colocado nas redes de distribuição, com um prazo de validade de sete dias, desde que seja mantido no frigorífico.

Jorge Rita, presidente da Associação Agrícola de São Miguel, defende a comercialização do leite do dia, porque apresenta uma qualidade superior, podendo ser aproveitando pelas indústrias para “um nicho de mercado”. “É um leite com qualidade superior, mas necessita de ser apresentado ao mercado. Se as pessoas não quiserem o produto ficará sempre na prateleira. Penso que as indústrias deveriam fazer uma análise de mercado e verificar se existem consumidores interessados em adquirir este tipo de leite”, constatou.

O representante dos produtores considera que o relançamento deste produto em São Miguel seria uma oportunidade para a diversificar a oferta de produtos. “As indústrias podiam criar mais um nicho de mercado e até poderia virar moda, novamente, consumir leite pasteurizado”, afirma Jorge Rita.

A exploração deste género de produto permitiria valorizar o leite de marca Açores, permitindo aumentar as verbas atribuídas à produção. “Um produto de eleição como é o nosso leite deve ser aproveitado ao máximo, mas as indústrias estão acomodadas com o lucro, baseados com aquilo que compram e vendem. Como pagam pouco aos produtores não sentem necessidade de inovar, na diversificação dos produtos”, acusa o representante dos produtores de leite.

Jorge Rita acrescenta ainda que com os preços “miseráveis” pagos pela indústria à produção, a indústria deveria aproveitar para fazer “boas campanhas e baixar o produto ao consumidor”, permitindo estimular o consumo de produtos lácteos. “A redução do preço à produção não se faz sentir no consumidor”, frisa.

Unileite duvida da viabilidade
A produção de leite do dia poderá não ser viável, garante Gil Jorge, presidente da Unileite, porque “os consumidores não fazem compra todos os dias e este leite tem um prazo de validade reduzido”. O empresário recorda que “já houve uma fábrica que produzia apenas leite do dia em São Roque, mas fechou”, colocando, por isso, dúvidas na viabilidade económica deste produto.

“A experiência da Unileite é que o leite do dia não é um projecto com futuro”, defende o presidente da Unileite. Gil Jorge defende ainda que a Unileite aposta na diversificação dos produtos lácteos, com a criação do queijo da ilha, leite de várias variedades e garantiu o lançamento de novos produtos UHT.

Foi contactada a BEL solicitando uma análise à possibilidade da empresa apostar no lançamento do leite do dia, mas até ao fecho desta edição não recebemos nenhuma resposta desta indústria.

Fonte: Anil

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