UE/Crise Alimentar: CE propõe estratégia para forçar a queda do preço de bens alimentares

A Comissão Europeia propôs hoje para discussão em Conselho Europeu, em Junho, uma estratégia contra o aumento dos bens alimentares, que inclui o fim do pousio nos campos de cereais e o aumento progressivo das quotas de produção de leite.

“A União Europeia reagiu com celeridade ao aumento repentino dos preços dos produtos alimentares. Estamos a ser confrontados com um problema com múltiplas causas e numerosas consequências. Por conseguinte, temos de agir simultaneamente em várias frentes para o solucionar”, afirmou hoje o presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso.

“As possíveis respostas políticas que hoje propomos complementam as medidas que já adoptámos. A Comissão convida os Estados-Membros a darem uma resposta europeia única a este desafio mundial. Coordenaremos a nossa resposta com os nossos parceiros internacionais na ONU e no G8 “, salientou ainda.

O executivo comunitário prevê que, a curto prazo, medidas como o fim do pousio obrigatório das terras de cultivo de cereais e o progressivo aumento das quotas de produção de leite, até à sua abolição em 2015, medidas que integram a proposta hoje apresentada de revisão “health check” da política agrícola comum (PAC).

Nas medidas de curto prazo está ainda incluído o “acompanhamento do sector retalhista, no âmbito da Revisão do Mercado Único em conformidade com os princípios da concorrência e do mercado interno”, segundo uma nota hoje divulgada.

Uma segunda vertente da comunicação, com um horizonte de mais longo prazo, prevê iniciativas para aumentar a oferta de produtos agrícolas, garantindo a segurança alimentar e o reforço da investigação no sector agrícola.

A aposta no desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração – sintetizados a partir de fontes diversas da biomassa, não usadas na alimentação humana, por exemplo, aparas florestais – e, entretanto promover critérios sustentáveis para os de primeira geração são pontos incluídos na proposta.

Em terceiro lugar, a Comissão Europeia quer ainda apostar em iniciativas destinadas a contribuir para o esforço global no sentido de lutar contra os efeitos dos aumentos dos preços junto das populações mais pobres.

Neste sentido, inclui a necessidade de haver uma resposta internacional mais coordenada à crise alimentar, designadamente no contexto da ONU e do G8.

Bruxelas quer ainda a “prossecução de uma política comercial aberta que ofereça aos países mais pobres do mundo um acesso preferencial ao mercado da UE”, aludindo à ronda de Doha, da Organização Mundial do Comércio.

Fonte: Agroportal

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