UE / Presidência: 27 querem melhorias na proposta da OMC para liberalização do comércio mundial

A presidência portuguesa da União Europeia indicou hoje que são necessárias melhorias na actual proposta da Organização Mundial do Comércio (OMC) para que haja um acordo sobre a liberalização do comércio internacional.

“Ainda estamos algo distantes de chegar a um resultado”, disse hoje o Ministro da Economia, Manuel Pinho, na sequência de uma reunião informal, que dirigiu, dos ministros dos 27 responsáveis pelo Comércio e que acabou na madrugada de segunda-feira, em Bruxelas.

Em declarações à Agência Lusa, o responsável governamental considerou que o último projecto de compromisso apresentado pela OMC fica “aquém das expectativas” dos europeus.

Um mês após o fracasso das negociações a quatro (Brasil, Índia, Estados Unidos e União Europeia) em Potsdam, na Alemanha, para relançar a Ronda de Doha, a OMC apresentou há uma semana dois projectos de acordo sobre a agricultura e sobre os produtos industriais.

A OMC esperava que as suas propostas pudessem ajudar a fechar cinco anos e meio de negociações sobre a a próxima etapa da liberalização do comércio mundial.

O texto sobre a agricultura pede aos Estados Unidos uma redução das subvenções agrícolas de entre 66 a 73 por cento, o que reduziria o envelope anual dos agricultores norte-americanos entre 12,8 e 16,2 mil milhões de dólares.

A última proposta norte-americana aceitava reduzir este montante para 22 mil milhões de dólares.

Paralelamente, a União Europeia deveria reduzir as suas ajudas entre 75 e 85 por cento, ou seja uma envelope entre 16 a 27 mil milhões de dólares.

No que respeita as tarifas alfandegárias impostas aos produtos agrícolas, Bruxelas deveria reduzi-las entre 52 e 53,5 por cento, uma ordem de grandeza que o comissário europeu para o Comércio Peter Mandelson já se disse pronto a aceitar.

Em troca de concessões em matéria agrícola, os países ricos pedem aos países emergentes uma maior abertura dos respectivos mercados aos produtos industriais.

Neste capítulo, o texto da OMC sobre os produtos industriais sugere reduzir as tarifas alfandegárias impostas pelos 27 países emergentes para um intervalo entre 19 e 23 por cento.

Em Potsdam, o mês passado, recusaram-se a descer abaixo dos 30 por cento.

Fonte: Agroportal

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