O ministro da Agricultura, Jaime Silva, afirmou ontem em Bruxelas que os preços dos cereais já estão a descer e situar-se-ão abaixo da “barreira psicológica” dos 200 euros/toneladas, mas advertiu que não voltarão a atingir valores muito mais baixos.
Jaime Silva falava à saída de uma reunião dos ministros da Agricultura da União Europeia, dominada por um debate sobre a situação do mercado mundial de cereais e respectivos preços.
O ministro apontou que a Comissão Europeia fez uma análise à recente subida dos preços, atribuindo-a a causas conjunturais, como os maus anos agrícolas em três dos principais exportadores, Estados Unidos, Canadá e Austrália, causas temporais, designadamente a evolução de redução de stocks, e causas estruturais, muito ligadas ao aumento do consumo de carne, que levou a um aumento do consumo de cereais para alimentação animal.
Jaime Silva apontou que é precisamente devido a esta causa estrutural que não é possível os preços voltarem a atingir valores muito abaixo dos 200 euros a tonelada, como se verificava.
“Estamos a voltar a uma situação que não é a situação de partida – não se pense que voltaremos aos níveis de preços muito inferiores a 200 euros a tonelada -, mas aqueles aumentos de 50 por cento e superiores vão dar lugar a preços que não passam aquela barreira psicológica dos 200 euros a tonelada”, disse.
Apontando que, tal como na Europa, a nível mundial está prevista” uma colheita recorde de 650 milhões de toneladas, o que dá um excedente de 50 milhões de toneladas”, o ministro afirmou que “globalmente, o conjunto dos cereais já desceram 15 por cento a nível mundial”.
Fonte: Agroportal