A Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (AMBAAL) pediu hoje ao Governo “medidas de excepção”, financeiras e técnicas, para apoiar os concelhos mais afectados pela escassez de água.
Francisco do Ó Pacheco, director executivo da AMBAAL, explicou à agência Lusa que a associação enviou hoje um documento ao Governo como forma de o “sensibilizar para o esforço financeiro dos municípios para garantir o abastecimento de água às populações”.
“O Poder Central deve colaborar e pedimos para que sejam criadas medidas de excepção, financeiras e técnicas, para ajudar os municípios mais atingidos”, sublinhou.
Na exposição, enviada ao Presidente da República, Primeiro-ministro e ministro do Ambiente, a AMBAAL propõe “medidas de apoio financeiro a fundo perdido ou que o Poder Central, através dos organismos competentes, se substitua aos municípios”.
“O que não pretendemos são linhas de crédito bonificado”, uma vez que, segundo o responsável, “só virão agravar a já complicada situação de endividamento das autarquias”.
Como complemento aos relatórios quinzenais enviados pelas câmaras à Comissão Nacional da Seca 2005, a AMBAAL efectuou um levantamento junto dos municípios associados para “saber quais são os problemas e necessidades reais, de forma a tentar obter ajudas”.
O relatório, a que a Lusa teve acesso, apresenta sete municípios com “graves problemas de abastecimento de água”, afectando mais de 28 mil pessoas.
Estes municípios (Almodôvar, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura, Ourique e Serpa) já investiram, até ao momento, mais de 500 mil euros.
“A tendência é para o agravamento e não para a melhoria”, explicou Francisco Pacheco, prevendo que os municípios da região serão obrigados a investir, a curto prazo, mais 1,5 milhões de euros.
“Há zonas onde vão ser necessários novos furos, condutas e ligações suplementares a novas fontes de abastecimento, para evitar situações de ruptura no fornecimento de água às populações”, alertou.
Ainda de acordo com o mesmo relatório, os problemas de abastecimento de água às populações estão a intensificar- se, tanto em quantidade, como em qualidade, no Baixo Alentejo e Alentejo Litoral.
Nalguns concelhos, como Alcácer do Sal, Beja, Cuba, Mértola, Odemira e Serpa, alguns furos já estão esgotados.
A qualidade da água para consumo humano continua a ser garantida, mas os municípios de Barrancos, Beja, Mértola, Ourique e Serpa já advertiram para alguma diminuição da qualidade.
A situação está a ser acompanhada pelas entidades gestoras e corrigida através do reforço do sistema de análises e tratamento da qualidade água para consumo humano.
A necessidade de apoio técnico para captação de águas subterrâneas é também referida por seis municípios (Alcácer do Sal, Aljustrel, Beja, Castro Verde, Ferreira do Alentejo e Serpa).
Fonte: Lusa