Cerca de 500 pessoas na freguesia de Valhascos, Sardoal, estão a ser abastecidas de água por autotanques após ter sido detectada a presença de tirame (pesticidas) na água da rede pública, em valor superior ao admissível por lei.
O vice-presidente da Câmara de Sardoal disse ontem à Agência Lusa que, ao detectar o incumprimento dos parâmetros nas análises que regularmente são efectuadas aos locais de captação e abastecimento à população, de imediato foi contactado o delegado de saúde concelhio, que “instaurou medidas restritivas e preventivas”.
“O problema é químico e não bacteriológico e o diferencial é de apenas duas décimas relativamente aos valores padrão”, disse o responsável.
Segundo Luís Gonçalves, a autarquia afixou editais por toda a freguesia avisando os moradores para não consumirem água da rede pública “a não ser apenas para lavagens” e que estas medidas perdurarão até que seja conhecido o resultado da contra-análise entretanto efectuada.
“Duas semanas é o tempo de espera previsível”, estima o autarca.
Uma moradora, Virgínia Fernandes, 64 anos, disse à Agência Lusa que, apesar do serviço de distribuição de água estar a ser efectuado pelos bombeiros, se sente mais segura ao comprar água engarrafada “para beber e para cozinhar”.
“Sai mais caro comprar os garrafões de 5 litros mas ganhei medo depois de ler os editais. Só espero que seja por pouco tempo”, disse.
António Galinha, 87 anos, abastece-se dia sim dia não no auto-tanque de nove mil litros que os bombeiros fazem circular pela povoação.
“Esta água é tão boa como a engarrafada e além disso é de graça”, disse.
José Curado, comandante dos Bombeiros Municipais de Sardoal, disse ontem à Lusa que “o processo de espera está a decorrer de forma tranquila e sem alarmismos” e que “até que os resultados apresentem garantias de qualidade, a nossa missão é continuar a levar água à população”.
De acordo com Luís Gonçalves, “este é apenas um problema pontual que pode ter sido originado pela cura de olivais”.
“A água que abastece o concelho é e sempre foi de excelente qualidade e não há razões para deixar de pensar assim”, disse.
Fonte: Agroportal