Produção mundial de cereais aumentará em 2008

As primeiras previsões sugerem a possibilidade de um importante aumento na produção mundial de cereais em 2008, embora os preços internacionais da maioria dos cereais continuem a bater recordes históricos e alguns continuem a subir, segundo informou a FAO, organização das Nações Unidas para a agricultura e a alimentação.

Segundo o último relatório da FAO « Perspectivas de colheitas e situação alimentar », a previsão de aumento da produção deve-se à expansão das plantações de inverno de cereais e ao bom tempo para os principais produtores na Europa e Estados Unidos, conjugado com perspectivas geralmente satisfatórias noutras regiões.

Com umas reservas cada vez mais escassas, a contínua forte procura de cereais está a manter a pressão ascendente sobre os preços internacionais, apesar da colheita recorde do ano passado, refere o relatório. Os preços internacionais do trigo foram 83 por cento mais elevados em Janeiro de 2008 do que o que se verificava há um ano atrás.

Embora os preços sejam elevados, prevê-se que o comercio total mundial de cereais alcance níveis máximos em 2007/08, devido em grande parte ao brusco aumento na procura de cereais secundários (todos à excepção do trigo e do arroz), especialmente os destinados à alimentação animama na União Europeia.

Agricultores europeus pedem que Europa autorize OGM
Entretanto, uma delegação de agricultores europeus deslocou-se a Bruxelas para pedir a Durão Barroso, que os ajude a desbloquear a aprovação de produtos geneticamente modificados (OGM) na Europa, criticando a posição «incongruente» da União Europeia. Uma organização de agricultores de biotecnologia de nove Estados-membros, incluindo Portugal, entregou uma carta aberta dirigida ao presidente da Comissão Europeia na qual sustentam que a Europa está a ficar para trás «numa indústria cada vez mais global» e advertem para os custos que a impossibilidade de importar ou cultivar OGM já está a ter na produção de carne na UE.

Um dos «rostos» da delegação era um produtor português, António Tavares, que sublinhou os «aumentos vertiginosos» nos custos de produção de carne – dada a impossibilidade de alimentar os animais com cereais transgénicos, ao contrário do que sucede em muitos outros países do Mundo – , sustentando que tal «poderá levar ao desaparecimento de muitos produtores e, consequentemente, à ruptura de abastecimento de carne na União».

«Isto é uma incongruência. Qualquer diz temos de parar a produção europeia (de carne) e importar de países terceiros, onde tudo é autorizado e não há controlos adequados. E o problema não é eles utilizarem OGM, é a falta de controlo», apontou.

António Tavares, preferindo falar «enquanto consumidor», defendeu que se trata antes de mais de uma questão de segurança alimentar, e pediu aos «políticos que simplesmente sigam os pareceres científicos da EFSA», a autoridade europeia para a segurança dos alimentos, em vez de se preocuparem «com os votos que podem perder» devido a um assunto que admitiu ser «delicado em termos de opinião pública».

O grupo de agricultores de biotecnologia sustenta que a Europa deveria tirar partido do seu potencial em termos tecnológicos, o que não está a acontecer em virtude de apenas ser permitido na União Europeia um tipo de milho transgénico (plantado também em Portugal). Na carta dirigida a Durão Barroso, os agricultores dizem que é altura de a UE despertar para a realidade da biotecnologia, pois, «numa história de amor global, apenas a Europa está ainda nos flirts».

Fonte: Anil

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