A área cultivada com milho transgénico aumentou 330 por cento no último ano, verificando-se uma adesão mais significativa por parte dos produtores portugueses, que apontam como principal vantagem a facilidade de controlar os ataques da broca do milho.
O ano de 2005 marcou o início o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM), mas, comparando as áreas cultivadas com milho transgénico e de acordo com dados do relatório de acompanhamento sobre a “Coexistência entre culturas geneticamente modificadas e outros modos de produção agrícola”, o grande aumento deu-se entre 2006 e 2007.
No entanto, os cerca de quatro mil hectares de milho OGM representam uma pequena percentagem do total de cerca de 150 mil de área cultivada com este cereal em Portugal, cuja tendência é para aumentar, sublinha o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Rui Nobre Gonçalves, em declarações ao Jornal de Notícias.
O preço mais elevados das sementes OGM é o principal inconveniente apontado, mas, depois de se fazer as contas constata-se que os custos finais de produção cerealífera são inferiores, de acordo com o secretário de Estado.
A legislação prevê mecanismos para prevenir a contaminação das áreas de cultivo tradicional pelos OGM, caso apresentem uma taxa acidental superior a 0,9 por cento, passa a ser rotulado como transgénico.
A principal consequência de deixar de ser produtos agrícola convencional é não poder ser comercializado para alimentação humana, sendo obrigatoriamente consumido como forragem ou vendido para a indústria de rações.
A área semeada com milho transgénico está concentrada na sua maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo, não existindo culturas OGM nas regiões da Madeira e dos Açores, cujas variedades agrícolas aprovadas para comercialização em Portugal inclui 70 espécies, todas de milho.
O concelho de Lagos é o único da União Europeia (UE) considerado livre de transgénicos, ao abrigo da legislação em vigor.
Cerca de 90 por cento dos agricultores consideram que aumentou a qualidade do produto e que a aplicação de insecticidas diminuiu, enquanto que 69 por cento afirmam que aumentou a quantidade.
Rui Nobre Gonçalves salienta que «os produtos OGM não representam qualquer perigo para a saúde pública ou para o ambiente» e acrescenta que a contaminação diz respeito às alterações na composição das espécies que podem ocorrer naturalmente por via de pólens ou outras partículas transportados pelos ar.
Fonte: Jornal de Notícias