Portugueses são dos europeus que menos confiam na qualidade dos alimentos

A União Europeia financiou um estudo sobre a confiança dos consumidores nos alimentos, tendo-se verificado que os portugueses são dos cidadãos europeus que menos confiam na qualidade do que comem.

O coordenador português do projecto “Trustin’ Food”, Pedro Graça, explicou que estas conclusões estão relacionadas com «a pouca confiança depositada nas autoridades competentes»; é que «apenas seus por cento dos inquiridos acredita que as instituições governamentais dizem toda a verdade».

O director-geral de Veterinária, Carlos Agrela Pinheiro, reconheceu o problema e admitiu «a inexistência de um órgão que transmita informação esclarecedora aos meios de comunicação social para que as populações sejam devidamente informadas, de modo a evitar» alarmismos.

O responsável referia-se à forma como têm sido abordados os surtos de doenças como a gripe das aves ou a encefalopatia espongiforme bovina, mais conhecida por doença das “vacas loucas”.

Além da falta de confiança nas autoridades, os portugueses desconfiam cada vez mais dos alimentos em virtude da distância colocada entre produtores e consumidores, numa sociedade que se tem urbanizado progressivamente.

Para este facto contribui também, segundo o especialista em Psicologia do Consumidor, Pedro Brito, o facto dos produtos alimentares se apresentarem cada vez mais embalados e transformados, distanciando o consumidor do produto. A isto acresce a impessoalidade das grandes superfícies comerciais.

De acordo com o Jornal de Notícias, a reunião de todos estes factores mostra que os portugueses confiam menos nos organismos públicos do que nas redes de relações pessoais.

Fonte: Jornal de Notícias

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