Portalegre: Morte de bovinos não tem perigo para saúde

O veterinário responsável pelo Agrupamento de Defesa Sanitária de Portalegre (ADS) afastou hoje qualquer perigo para a saúde pública devido à morte de dezenas de bovinos na região e revelou que os serviços reúnem quinta-feira para discutir o problema.

«Não há perigo para a saúde pública. É uma doença exclusivamente do foro animal», afiançou à agência Lusa José Cachapa.

Para quinta-feira à tarde está marcada uma reunião, que vai contar com a presença de elementos da Direcção-Geral de Veterinária e do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária (LNIV).

«Vamos juntar os veterinários que fazem serviço naquela zona, quem tem conhecimento mais pormenorizado da situação e alguém do LNIV para fazermos uma bateria de análises e saber, de uma forma conclusiva e documentada, qual é a situação», disse o responsável, que não quis explicar onde é que o encontro vai ter lugar.

O responsável da ADS de Portalegre explicou que a morte de bovinos tem acontecido «em explorações agrícolas na zona norte do distrito de Portalegre», em concelhos como Nisa, Castelo de Vide e Crato.

Sem ter ainda certezas quanto às causas da mortandade, José Cachapa admitiu, contudo, que esta possa estar ligada à «má qualidade das pastagens» naquela área, encontrando-se os animais debilitados.

«A causa original, no meu entender, é a baixa qualidade alimentar do efectivo pecuário, pois, sempre que isso acontece, os animais ficam fisicamente debilitados», disse.

Esta situação, segundo o veterinário, pode ter também sido aproveitada por bactérias, como a que causa a leptospirose ou a que provoca a febre da carraça.

«A leptospirose pode ser um dos agentes, mas isso não nos diz que, no geral dos efectivos pecuários afectados, se verifique essa doença. Esses agentes, tal como os da febre da carraça, são bactérias oportunistas, esperando uma debilidade para poderem actuar», afirmou.

O responsável da ADS sublinhou que, «quando o animal está fisicamente em baixo», devido à «qualidade das pastagens que não é das melhores», todas estas situações «actuam e matam».

Nas últimas semanas, dezenas de vacas têm aparecido mortas em explorações agrícolas de Portalegre, nomeadamente da zona de Nisa, o que está a deixar os agricultores «desesperados».

«As vacas estão bem, estão a comer e, de um momento para o outro, deitam-se e já não se levantam», explicou à agência Lusa João Ribeirinho, agricultor há vários anos em Nisa.

«Não sei o que se passa, o que sei é que já chamei dois veterinários e não sabem dizer absolutamente nada sobre este caso», salientou.

João Ribeirinho disse que já viu morrer, num curto espaço de tempo, «sete vacas» na sua exploração, adiantando que, no concelho de Nisa, nos últimos tempos, já terão morrido «mais de 500 vacas».

Fonte: Diário Digital

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