Cerca de mil pequenos e médios vitivinicultores do Douro podem não conseguir escoar a sua produção. É que as empresas às quais habitualmente vendiam estão a optar pela auto-suficiência.
Assegurando produções entre dez a cem pipas por ano, estes produtores poderiam recorrer a adegas cooperativas, mas até estas estão a restringir a entrada de novos sócios, porque todos os anos debatem-se com problemas de escoamento e algumas questões de ordem financeira.
O presidente da Casa do Douro, Manual António dos Santos, reagiu à situação considerando-a «extremamente preocupante» e sublinhando o facto de «não haver um preço indicativo de pipa, que era estipulado habitualmente», cita o Jornal de Notícias.
«Agora, muitos lavradores que entregam as uvas não sabem a que preço as vendem, nem quando vão receber». Para o responsável duriense, «a miséria poderá afectar muitas famílias e a fome no Douro poderá ser uma possibilidade».
O presidente da União das Adegas Cooperativas da Região Demarcada do Douro, Fernando Pinto, explicou que não pode «estar à espera de viticultores que aderiram a outras situações», lê-se ainda no Jornal de Notícias. Mas garantiu que, em Sabrosa, a adega cooperativa está disposta a vinificar «até quando lhe for possível».
Fonte: JN