Os dez novos estados-membros da União Europeia deixaram a Cimeira de Bruxelas, na passada sexta-feira, temendo a perda de milhares de milhões de euros vitais para a modernização das suas economias.
Nas negociações sobre o orçamento da União Europeia, referente ao período 2007-2013, os novos estados-membros ofereceram-se, segundo a “Reuters”, para sacrificar alguns fundos comunitários, numa última tentativa de reavivar as negociações.
O gesto destes dez países envergonhou os estados-membros mais ricos, já que foram acusados de egoísmo e de lutar de forma mesquinha sobre quem mais a Bruxelas. O presidente do Conselho Europeu, o luxemburguês Jean-Claude Juncker, disse-se «triste e envergonhado».
É que, mesmo com alguns fundos sacrificados, o compromisso para o orçamento assegurava quase 60 mil milhões de euros em ajudas só para a Polónia; mais de 70 mil milhões de dólares seriam canalizados para os outros nove estados-membros mais recentes, que aderiram à União Europeia em Maio de 2004.
Estes dinheiros permitiriam que estes países modernizassem a administração pública e avançassem com reformas de projectos de longo prazo que serão financiados pela União Europeia, como a construção de auto-estradas ou limpezas ambientais.
Perante a vontade dos dez países, a Espanha ofereceu-se para remover o seu voto contra o compromisso apresentado pela presidência luxemburguesa, mas o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, esteve inamovível. Afirmou que o seu veto se devia à falta de uma revisão da Política Agrícola Comum, que absorve 40 por cento do orçamento comunitário.
Fonte: Confragi