Moçambique Critica e Investiga Importação de Frangos do Brasil

A crescente importação de frangos brasileiros por Moçambique provocou uma onda de críticas dos produtores locais, que acusam os sul-americanos de exportarem carne de segunda classe a preços abaixo do custo.

As críticas sobre o comércio de frango já ditaram a visita aquele país de uma equipa liderada pelo ministro do Comércio de Moçambique, António Fernando, para apurar as formas de distribuição do produto.

Operadores moçambicanos acusam os brasileiros de exportar as aves da melhor qualidade para a Europa, em detrimento dos distribuídos em África, nomeadamente em Moçambique.

O director executivo da União Geral das Cooperativas (UGC), Fernandes Domingos, levantou suspeitas quanto aos preços aplicados na comercialização de frangos no mercado moçambicano, que, acusou, serem relativamente reduzidos se comparados aos praticados no mercado brasileiro.

Segundo explicou, no Brasil, a tonelada de frango custa cerca de 950 euros e acrescentando as despesas de transporte (198 euros) e impostos, o preço a que está ser comercilizado no mercado nacional levanta dúvidas.

“Se tivermos que apresentar estes custos todos, de certeza que em Moçambique o frango brasileiro não estaria ao preço que está a ser vendido, cerca de 35 a 40 mil meticais (1,2 e 1,3 euros)”, defendeu.

“Se tivessem que pagar as obrigações nós estaríamos em condições de competir com o frango brasileiro. Estranhamos como é que o frango é posto no mercado nacional a um custo inferior ao preço de compra no ponto de origem. Algo de errado está a acontecer neste processo”, acrescentou aquele responsável.

Assim, a UGC e a Companhia Industrial da Matola decidiram constituir uma aliança para potenciar os produtores nacionais de frango de modo a permitir que a sua produção se torne cada vez mais competitiva no mercado moçambicano.

Como forma de baixar o preço de frangos no mercado moçambicano, as unidades acordaram em reduzir o custo da ração no mercado nacional, componente produtiva que absorve entre 60 e 70 por cento.

Fonte: Lusa

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