Cientistas de vários países estão a juntar esforços para investigar as chaves para melhorar as defesas naturais do ovo.
Este é o objectivo do EggDefense, um programa europeu coordenado pelo Instituto Francês de Investigação Agrária (INRA) e no qual participaram investigadores da Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Reino Unido, Suécia e Canadá.
De acordo com uma norma comunitária, até 2012, as galinhas poedeiras devem deixar de ser alojadas em galinheiros convencionais e passarem a ser instaladas em galinheiros enriquecidos.
Apesar de esta medida proporcionar uma melhoria do bem-estar animal, existe um maior risco do ponto de vista de segurança sanitária, uma vez que o ovo pode contaminar-se mais facilmente.
O principal perigo para o ovo é uma contaminação por Salmonella enteritidis, responsável por 60% das contaminações alimentares.
O projecto EggDefense permite identificar as vias de contaminação do ovo e propôr soluções.
As fissuras e rupturas da casca do ovo favorecem a entrada de bactérias.
A solução seria conseguir ovos com cascas mais duras.
Os investigadores deste projecto conseguiram identificar os genes das proteínas que promovem a formação da casca, o que permitirá seleccionar as galinhas mais adequadas.
A presença de polimorfismo nestes genes explica uma parte da diversidade de diferentes cascas.
A clara do ovo tem uma actividade antibiótica natural graças à presença de duas proteínas, a ovotransferrina e a lisozima.
Estas propriedades já eram conhecidas, mas o EggDefense demonstrou que esta característica é em parte hereditária, pelo que as galinhas podem ser seleccionadas segundo a actividade antimicrobiana da clara dos ovos.
Este programa identificou várias técnicas de medição instantânea que permitem avaliar a qualidade dos ovos inteiros.
A luz infra-vermelha permite determinar a frescura, medindo a proporção da clara líquida e a evolução do pH no interior do ovo.
A utilização de marcadores de luz, a diferentes longitudes de onda, permite detectar a presença de manchas de sangue no interior do ovo.
Fonte: Agrodigital