Língua Azul já matou 679 animais, 108 explorações sob suspeita

Um total de 679 animais já morreram, no Alentejo e Algarve, devido à doença da Língua Azul, tendo o número de explorações pecuárias sob suspeita aumentado para 108, revelou hoje o Ministério da Agricultura.
Em comunicado, o ministério refere que, até às 12:00 de hoje, estavam confirmadas 108 explorações sob suspeita nos concelhos de Alcoutim, Almancil, Barrancos, Castro Marim, Faro, Mértola, Moura, Mourão, Serpa e Reguengos de Monsaraz.

Este conjunto de explorações reúne um efectivo pecuário de 18.756 animais, sendo que, destes, 1.400 estão afectados pela doença e 679 já morreram.

A Língua Azul é uma doença viral infecciosa não contagiosa que atinge os ovinos e outros ruminantes domésticos e selvagens, causada por um vírus e caracterizada por congestão, edema e hemorragia.

«O vírus da Língua Azul é uma doença exclusivamente animal, não se transmitindo ao homem e não apresenta qualquer impacto para a saúde pública e segurança alimentar», lê-se no comunicado do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP).

A Língua Azul foi declarada em Portugal em 2004, envolvendo o serótipo 4 do vírus, mas o primeiro foco do serótipo 1 da doença em território nacional só foi detectado no passado dia 21 de Setembro, numa exploração pecuária no concelho de Barrancos, distrito de Beja, junto à fronteira com Espanha.

A detecção deste foco do novo serótipo, para o qual não existe ainda vacina, levou à implementação de novas medidas sanitárias.

Criação de uma nova zona de restrição, sequestro das explorações afectadas, controlo dos movimentos e das acções de desinsectização dos animais, meios de transporte e explorações, assim como testes de pré-movimentação, foram algumas das medidas adoptadas.

Na última sexta-feira, em Montemor-o-Novo, o ministro da Agricultura, Jaime Silva, avançou que as autoridades espanholas começariam esta semana a fazer a experimentação da vacina para o serótipo 1, que será depois disponibilizada para Portugal.

«Se tudo correr bem, dentro de 15 dias será disponibilizada às autoridades portuguesas», revelou Jaime Silva, frisando que a vacina vai ser gratuita para os produtores pecuários afectados.

O ministro admitiu ainda a possibilidade de o governo vir a apoiar os produtores de gado afectados pela doença no caso da crise alastrar, garantindo que decorrem negociações com Bruxelas.

«Os agricultores portugueses podem estar sossegados porque o Governo está a pensar que, se a situação adquirir uma dimensão maior, nós não excluímos vir a dar apoios», afirmou Jaime Silva.

O ministro apelou ainda aos consumidores para manterem o consumo de carne de borrego, frisando que a Língua Azul «é um problema sanitário, não de saúde pública».

«Os portugueses podem continuar a consumir carne de borrego, que é óptima e eu recomendo, porque é a melhor forma de ajudarmos os agricultores. Não há qualquer problema sanitário do ponto de vista do consumo», afiançou.

Segundo as informações disponibilizadas hoje pelo MADRP, até Setembro último, foram detectados 4.772 focos da doença na Europa, de diferentes serótipos (1,2,4,8,9 e 16), nomeadamente no Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Holanda e Portugal.

Fonte: Diário Digital

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