Leite: Portugal defende manutenção das quotas no debate World Dairy Forum

A Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL) defendeu a manutenção das quotas leiteiras no âmbito das alterações do mercado de leite na sequência da reforma intercalar da Política Agrícola Comum (PAC).

Considerando que este é um assunto fundamental, e que esteve no centro do debate no World Dairy Forum, congresso anual da European Dairy Association (EDA) a decorrer no Porto, o secretário-geral da ANIL, Pedro Pimentel, criticou a ausência do ministro da Agricultura na sessão de encerramento.

O responsável adiantou que todos os países da Europa «têm sido perfeitamente transparentes» relativamente a esta matéria.

«Nós estamos aqui num congresso europeu, com uma sala cheia de pessoas (a maioria estrangeiras) e parece-nos descabido que o ministro não venha cá», sustentou, acrescentando que, enquanto país organizador deste congresso, «era muito importante a sua presença».

Pedro Pimentel sublinhou que têm «perfeita consciência que este assunto é uma dificuldade, porque o leite é apenas uma peça do pacote que se está a negociar», mas este é um momento marcante».

Para a ANIL, se houver a liberalização, Portugal não tem estruturas para concorrer com grandes propriedades de outros países e o mais provável é haver um abandono da produção leiteira.

«Não é possível ter a mesma rentabilidade com 25 vacas em Vila de Conde e uma exploração de 25 mil vacas na Dinamarca», explicou, acrescentando que «as quotas, sendo um mecanismo de controle da oferta, conseguem manter os preços num nível razoavelmente alto».

A liberalização é, disse, «para o consumidor uma coisa pacífica, mas para os produtor, deixa de existir uma indústria, porque Portugal deixa de ter quem abasteça».

Segundo referiu, Portugal precisa de «algum tipo de proteccionismo» em relação a esta matéria e, neste congresso, marcou a sua posição.

Disse ainda que, não havendo consenso quanto ao assunto, «o objectivo é que se caminhe, pelo menos, no sentido de se criar um cenário que permita às pessoas saber para que lado vão».

«As indústrias da Europa querem acima de tudo previsibilidade, querem saber com que podem contar», sustentou.

Pedro Pimentel considerou que todos os países da Europa continuam a produzir leite pelo simples facto de existirem quotas.

Fonte: Confagri

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