Industria alimentar pede à UE regras para evitar ‘abusos’

A Federación espanhola de Industrias de Alimentación y Bebidas (FIAB) reclamou junto das instancias comunitárias em Bruxelas, novas regras que evitem os ‘abusos’ por parte das grandes cadeias de distribuição, como é o caso dos constantes atrasos nos pagamentos ou das vendas com prejuízo, que são utilizados para exercer fortes pressões sobre as indústrias alimentares.

O secretario geral adjunto da FIAB, Horacio González Alemán destacou durante umas jornadas sobre a competitividade da indústria agroalimentar da UE o impacto que estão a ter ‘as práticas abusivas’ dos grandes grupos de supermercados nas indústrias deste sector. O responsável da FIAB ressaltou a excessiva dependência que a indústria agroalimentar tem em relação à distribuição, o ‘medo’ e a falta de um quadro comunitário que evite tais abusos. Colocou como exemplo os prazos de pagamento ‘excessivos’, que oscilam entre os 35 e os 125 dias, variando a situação de país para país, com especial enfoque nos países do sul da Europa.

Também comentou o problema que é gerado pela venta com prejuízo, que se bem que tenha diminuído o seu impacto, em Espanha, nos últimos anos, ainda assim provocou mais de 700 denúncias.

Deste ponto de vista, indicou que em muitos casos as empresas alimentares ‘são convidadas’ a contribuir para os custos com as fusões das grandes cadeias de distribuição e, por exemplo, recebem cartas através das quais os distribuidores lhes sugerem que apoiem a sua expansão. Segundo González Alemán, dentro da UE não existem normas para evitar estas práticas, sendo que cada país tende a controlar este tipo de dossiers de uma forma diferente.

O representante das industrias espanholas solicitou que a UE coloque em marcha ‘um quadro’ que regule a obligatoriedade de que a distribuição efectue os pagamentos aos seus fornecedores para todos os países comunitários ou então que haja a aplicação de fortes penalizações. Reclamou que os Governos nacionais sejam obrigados a informar a Comissão Europeia (CE) da situação dos preços e das relações no seio da cadeia alimentar no seu país. .

Por outro lado, González Alemán aludiu à profusão de ‘marcas brancas’, que desincentiva as empresas agroalimentares em relação à aplicação da inovação aos seus produtos. Neste sentido, assinalou que apesar da respectiva percentagem variar de país para país (Italia: 16 por cento; Reino Unido: 43 por cento), em Espanha a respectiva quota de mercado chega a atingir os sessenta por cento em um ou outro produto.

Fonte: Anil

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