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A Autoridade da Concorrência apresentou ontem, terça-feira, no Parlamento, o relatório preliminar sobre as relações entre a grande distribuição e os fornecedores agro-alimentares, concluindo que os preços na produção de arroz são influenciados pela grande distribuição.
Ou seja, o poder de compra de empresas como a Jerónimo Martins, Continente ou Auchan pode ter influência na determinação dos preços de produção.
Segundo o presidente da AdC, Manuel Sebastião, os sectores do leite, arroz e massas alimentícias têm forte representatividade da procura pela grande distribuição no aprovisionamento. No arroz, o eventual poder de compra da grande distribuição é susceptível de ter forte influência ao nível dos preços na produção, acrescido pela capacidade de importação.
Em Julho, será conhecido o relatório final, onde serão abrangidos outros produtos lácteos, cafés, conservas, farinhas, gorduras alimentares, pescado fresco e bacalhau, frutas e legumes, aves e carnes frescas e bebidas.
O relatório preliminar conclui ainda que as questões relacionadas com o desequilíbrio negocial entre fornecedores e distribuidores estão excluídas das regras de concorrência, e que a grande distribuição tem trazido benefícios para os consumidores. Manuel Sebastião, que falava na comissão parlamentar de Agricultura, avançou ainda a investigar de uma prática anticoncorrencial no sector do leite. Sem adiantar pormenores, o responsável disse apenas que se a AdC concluir a existência de prática, deverá haver conclusões no segundo semestre deste ano.
Investigações e estudos à parte, o presidente da AdC congratulasse pelo trabalho da sua equipa, porém considera que o regulador “ganhava muito” se tivesse 100 pessoas a trabalhar. Assim, a AdC precisava de mais 10 empregados. Um pedido que o responsável considera que não ser nada exagerado.
Fonte: Jornal de Notícias
