Hipermercados escapam à crise

Aestagnação económica do país está a passar ao lado dos hipermercados e supermercados. De acordo com dados divulgados, ontem, pela Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), o sector registou um crescimento de 7,3%, no ano passado, período em que foram criados 50 novos espaços comerciais e dois mil postos de trabalho. O futuro parece igualmente risonho perto de 200 projectos de grandes superfícies já deram entrada no Ministério da Economia, desde o terceiro trimestre do ano passado.

Para 2005, a associação prevê um ritmo de crescimento semelhante ao do ano passado, e uma expansão ainda mais rápida em 2006. De acordo com o presidente da APED, Luís Vieira e Silva, as duas centenas de licenciamentos pedidos desde a revisão do regime do licenciamento comercial, no ano passado, só terão efeitos visíveis este ano e, sobretudo, no seguinte, quando se der a efectiva abertura das lojas.

O dirigente encara com “satisfação” e “optimismo moderado” os resultados obtidos em 2004, já que “foram conseguidos em plena estagnação do licenciamento de novos espaços”. As lojas abertas no ano passado resultaram de um investimento superior a 250 milhões de euros, que levou ao aumento de 6,5% da área de venda.

Com um volume de negócios total de mais de nove mil milhões de euros, o sector da distribuição contrasta com a fraca prestação global do país. Segundo dados do INE, o Produto Interno Bruto português cresceu 0,5%, no segundo trimestre deste ano.

O ranking da APED mostra que a cadeia Modelo-Continente, da Sonae, continua a ser a maior empresa do sector, com um volume de negócios de 2,2 mil milhões de euros. Na segunda posição está a JMR Retalho (Pingo Doce e Feira Nova), com 1,7 mil milhões. O grupo Os Mosqueteiros é a terceira maior cadeia, com vendas de 1,4 mil milhões.

As empresas de distribuição alimentar dominam o ranking geral da associação, embora as lojas “discount” tenham vindo a adquirir importância crescente entre as seis maiores empresas de distribuição em Portugal, duas (Lidl e Dia Portugal) operam naquele segmento.

O maior empregador é o Pingo Doce, com 7876 postos de trabalho, seguido da Auchan (6500) e Modelo Bonjour (6197). A marca Dia Portugal, com 344 superfícies comerciais, lidera o ranking do número de lojas. Segue-se o Pingo Doce, com 178, e o Lidl, com 147.

No retalho especializado, a liderança pertence à Worten, do grupo Sonae, com um volume de vendas de 381,8 milhões de euros. Segue-se o El Corte Inglés, com 275,4 milhões, e a Fnac, com 199,9 milhões.

As marcas de distribuição que registaram maior crescimento do volume de vendas foram a Decatlhon (61%, para 49,5 milhões de euros), a Office Park (crescimento de 47%, para 2,7 milhões) e o El Corte Inglés (+32%, para 275,4 milhões de euros).

Combustível em mais superfícies

Nos próximos meses, passará a haver mais hipermercados e supermercados com postos de venda de combustível, a preços mais baixos. A previsão foi feita, ontem, pelo presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, Luís Vieira e Silva, que garantiu que as principais cadeias de distribuição já entregaram projectos no Ministério da Economia. Em Fevereiro, o Governo aprovou uma lei que flexibiliza a instalação de postos nas grandes superfícies. Os hipermercados conseguem vender o combustível mais barato, com redução de margens e estruturas de custo muito baixas, ganhando na fidelização de clientes.

Fonte: JN

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