Grande potencial para o mercado lácteo chinês

A China, com a sua grande população e a sua próspera economia, tem um grande impacto na economia global. “O aumento no consumo chinês tem fornecido oportunidades sem precedentes para corporações empresariais globais e muitos agora olham o país como o seu maior mercado de crescimento em um futuro indefinido”, refere um artigo do Financial Times.

O mercado chinês tornou-se o segundo maior consumidor – à escala global – de leite, logo depois da Índia. A procura tem sido ajudada pela insistência, por parte do Governo chinês, na divulgação de mensagens sobre os benefícios dos produtos lácteos para a saúde, pelo facto das pessoas da região urbana do país estarem a adoptar dietas ocidentais e pelo aumento no rendimento. O consumo de produtos lácteos da China duplicou desde 2000 e alcançou cerca de 30 milhões de toneladas em 2007, de acordo com a informação disponibilizada pelo Rabobank.

Os produtores internacionais de produtos lácteos obtiveram um impulso no ano passado com o escândalo de leite contaminado com melamina que gerou medo na população chinesa. “As importações de leite em pó da China mais que duplicou desde a crise da melamina”, disse o analista do sector lácteo do Rabobank, Tim Hunt. “Isso teve um importante papel no suporte dos preços de mercado para produtos comercializados internacionalmente na primeira metade de 2009”.

Apesar disso, com apenas 22 quilos per capita [equivalente-leite] por ano, o consumo de produtos lácteos na China ainda é muito menor do que noutros países da Ásia, como o Japão, onde o consumo é de 75 quilos per capita por ano, e quase insignificante comparado com o consumo na União Europeia, que é de 223 quilos per capita por ano. Ainda assim, grupos lácteos internacionais veem potencial no mercado chinês. Apesar do consumo ter caído por causa do medo gerado pela contaminação de melamina, espera-se que retorne aos níveis de antes da crise até o final do ano.

Nesse cenário, a MilkLink, cooperativa leiteira do Reino Unido, este ano tornou-se a primeira fabricante de queijos a exportar Stilton para a China, visando a população urbana do país, bem como para pessoas de origem ocidental que lá vivem. Os queijos da empresa, que incluirão em breve o cheddar inglês, estão sendo vendidos em supermercados, incluindo as divisões das redes Tesco e Wal-Mart.

O responsável da divisão de exportações da The Cheese Company, subsidiária da MilkLink, Simon Mercer, disse que os queijos naturais serão o próximo grande crescimento do sector lácteo da China, uma previsão apoiada pelo grupo de pesquisa Zenith International. O grupo disse que o consumo de queijos, actualmente menos de 4 por cento do mercado lácteo do país, crescerá junto com a expansão das redes e fast food, como Pizza Hut e McDonald’s.

À medida que o sector lácteo cresce, Mercer prevê que a China “absorverá” importações, mas alerta que o Reino Unido – onde a produção de leite está declinando – não está em posição de suprir essa demanda.

Fonte: Anil

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