O governo francês está a equacionar a possibilidade de recorrer à produção excedentária de uvas para o fabrico de biocombustíveis. A ideia pretende constituir uma alternativa aos vitivinicultores em crise devido declínio de vendas, sobreprodução e concorrência de produtores estrangeiros.
Actualmente, a França é a líder mundial em produção de vinho, tendo registado 5,8 mil milhões de litros em 2004. O álcool baseado em uvas terá que ser destilado antes da desidratação e transformado em álcool puro para ser utilizado como combustível convencional.
No entanto, as autoridades francesas concluíram que o álcool extraído de uvas é sete vezes menor do que o conseguido através da beterraba. A França produz já 200 mil toneladas de etanol por ano, sendo por isso o terceiro maior produtor europeu.
O excedente anual de 400 milhões de litros de vinho poderia dar origem a 40 milhões de litros de álcool para biocombustíveis. É que o consumo de vinho em França é de apenas 3,5 mil milhões de litros e as exportações rondam os 1,5 mil milhões de litros. O país não tem capacidade para escoar mais de 5,5 mil milhões de litros, avança a Reuters.
Como a colheita de 2004 resultou em 5,8 mil milhões de litros, existe agora um stock de quatro mil milhões de litros, um valor a que a produção francesa não chegou nos últimos dez anos. E não existe razão para que as vendas aumentem para o escoamento deste excedente, pelo que é necessário encontrar alternativas.
Fonte: Reuters e Confragi