FAO: Subida do preço dos alimentos pode provocar novos choques no abastecimento em 2011

A organização da ONU para a agricultura e alimentação (FAO) alerta que a subida dos preços dos alimentos, com a factura de bens alimentares importados pelos países pobres a subir 11 por cento, pode gerar novos choques de abastecimento.

“O valor global de bens alimentares importados pode ultrapassar o bilião de dólares em 2010, com os preços da maioria dos produtos muito acima dos praticados em 2009”, refere a FAO num relatório divulgado hoje.

A agência das Nações Unidas alerta a comunidade internacional para se preparar para “tempos mais difíceis, a menos que se consiga aumentar significativamente a maioria das colheitas/produções de alimentos em 2011”.

A factura paga por bens alimentares importados terá subido, este ano, 11 por cento no caso dos países mais pobres e cerca de 20 por cento no caso dos países de rendimento médio com défice de alimentos, segundo as estimativas da FAO.

“Isto significa, ao ultrapassar o montante de um bilião de dólares, que a factura global da importação de bens alimentares vai, muito provavelmente, subir para um nível nunca visto desde o nível recorde dos preços registado em 2008”, sublinha a organização das Nações Unidas.

A FAO alerta por isso que, “com a pressão nos preços mundiais da maioria dos bens a manter-se, sem sinais de abrandar, a comunidade internacional deve estar vigilante e preparada para possíveis novos choques no abastecimento em 2011”.

Contrariando as previsões inicias, a colheita de cereais deverá cair 2,0 por cento este ano, em parte devido a condições atmosféricas desfavoráveis, refere o relatório da FAO.

Os stocks de cereais, de acordo com as estimativas mais recentes, vão cair cerca de 7,0 por cento este ano, alertam os especialistas da FAO, que fazem um “forte apelo para que a produção destes bens alimentares seja aumentada rapidamente para suprir esta queda”.

Os preços internacionais dos produtos podem subir ainda mais caso isso não aconteça, sobretudo nos casos do milho, soja e trigo, refere a FAO no relatório.

Até o preço do arroz, cuja produção, de acordo com a FAO, é mais adequada e deverá até aumentar, pode ser afectado, se os preços de outras culturas alimentares importantes continuarem a subir.

Fonte: Agroportal

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