As exportações de caviar e de outros produtos derivados do esturjão estão proibidas desde hoje devido à grande diminuição dos stocks deste peixe, anunciou hoje o organismo regulador do comércio de espécies ameaçadas de extinção.
«A partir de hoje, é impossível exportar caviar e outros produtos de esturjão provenientes de stocks comuns», nomeadamente de zonas de pesca partilhadas por vários países como o Mar Cáspio, refere o CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção) num comunicado.
Além do Cáspio, o CITES identificou um «grave declínio» das populações de esturjão noutras zonas de pesca comum como o Mar Negro e o curso inferior do Danúbio (Roménia, Bulgária), bem como no rio Amour, na fronteira sino-russa.
A exportação de ovas de esturjão de aquacultura continua autorizada.
O CITES – um organismo que integra 169 países – recusou as quotas de pesca propostas pelos países exportadores para 2006, considerando que não reflectem a diminuição dos recursos pesqueiros e não levam em conta a pesca ilegal.
O CITES não tem capacidade para avaliar a extensão do contrabando proveniente dos principais países exportadores de caviar, que bordejam o Cáspio, como o Irão, a Rússia e o Cazaquistão, mas o tráfico ilegal representa várias vezes as quantidades vendidas legalmente.
Por isso, os importadores, como a União Europeia devem certificar-se de que todas as importações são oriundas de fontes legais, recomendou esta entidade.
O contrabando de caviar alimenta 90 por cento do mercado francês, o principal mercado da UE, de acordo com o ministro da Ecologia francês.
A nível europeu, foram apreendidas em seis anos (2000-2005) 12 toneladas de caviar importadas ilegalmente na Suíça e nos 25 Estados membros da UE, de acordo com a organização não-governamental Traffic.
Fonte: Diário Digital