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Estimar as mudanças no mercado dos bens FMCG (Fast Moving Consumer Goods) causadas pela abertura dos Hipermercados ao Domingo não será tarefa fácil se o quisermos fazer com algum rigor.
Projectar as novas quotas de mercado das insígnias da Distribuição Moderna simplesmente a partir do período do ano em que os hipermercados já se encontram abertos não seria de todo correcto. Isto porque no final do ano os consumidores apresentam um perfil de consumo bastante mais pesado e mais adequado ao formato hiper. É portanto uma época totalmente atípica, relativamente ao resto do ano.
Recordamos ainda que não é certo que todos os concelhos venham a permitir a abertura ao Domingo. Alguns já manifestaram posição contrária e outros ainda não decidiram. Este é o caso do importante concelho de Lisboa, por exemplo. Por isso, não sabemos sequer quantos concelhos vão permitir esta situação. Nem sequer sabemos quando se permitirá a sua abertura. Acresce que os hábitos dos consumidores mostram alguma inércia à mudança e entre o conhecimento da nova situação e a alteração do comportamento de compra poderá ainda existir, possivelmente, um tempo de adaptação.
Mas para realizar uma primeira aproximação ao novo cenário competitivo e como podem vir a ser as novas quotas de mercado vamos simplificar e assumir neste exercício meramente teórico que todos os concelhos vão permitir a abertura ao Domingo. Vamos ainda assumir que as posições e as vantagens competitivas de cada insígnia não vão ter alterações. Vamos, por fim, assumir que o comportamento e as preferências dos “shoppers” realizados ao Sábado se vão reproduzir no Domingo.
Se tivermos em conta todas estas limitações e considerações, os resultados obtidos nesta projecção ainda primária, são os seguintes:
> O Comércio Tradicional Alimentar, curiosamente, não seria seriamente afectado, perdendo apenas 4 por cento da sua quota de mercado. Afinal de contas já tem o impacto dos Supermercados abertos ao Domingo. A mudança terá um impacto negativo mas não significativo.
> A insígnia Pão de Açúcar será a mais prejudicada, estimando-se que poderia perder quase 7 por cento da sua quota de mercado. Mas no geral a empresa Auchan deverá ficar beneficiada, pois o hipermercado Jumbo será um dos principais beneficiados com a mudança, podendo subir cerca de 10 por cento, na sua quota de mercado.
> Obviamente, o “Continente” é também uma das insígnias que subiria, em linha com o Jumbo e ainda longe do hipotético Feira Nova, actualmente em fortíssima redução.
> Todas as restantes insígnias principais vão ter um impacto negativo, na casa dos 3 por cento ou 4 por cento sobre a sua quota de mercado.
Fonte: Anil
