A Cortefino está a apostar no segmento da carne biológica com a marca Pasto Real apresentando preços “acessíveis”, ao nível dos produtos convencionais de qualidade, e novas variedades, disse hoje o responsável de Marketing e Vendas.
Georg Dutschke, que falava numa conferência de imprensa para apresentação da marca, salientou a “boa receptividade do mercado” aos produtos de carne biológica, onde a Cortefino afirma ter a liderança.
Num mercado que vale cerca de 100 milhões de euros, em Portugal, mas ainda não está muito explorado, a empresa pretende “acompanhar o seu previsível crescimento com sustentabilidade” e para isso escolheu apresentar preços “acessíveis”.
A ideia é ter produtos de carne biológica ao preço da carne de qualidade de Denominação de Origem Protegida (DOP), pois “o preço não pode ser uma barreira” à compra, defendeu Georg Dutschke.
À margem da apresentação, o administrador da Cortefino, José Cunhal Sendim, disse à agência Lusa, citando números da Nielsen, que o mercado total de carne fresca é em Portugal de 900 milhões de euros, enquanto a carne biológica não ultrapassa 100 milhões de euros.
Na Europa, os produtos biológicos têm três a cinco por cento do mercado total, registando nos últimos anos um crescimento de 25 por cento, e o “prémio de preço”, ou seja, o acréscimo de valor face aos produtos convencionais, vai até aos 70 a 90 por cento.
Em Portugal, esta diferença não vai além dos 25 a 30 por cento, mas é considerada “demasiado elevada” para as condições do mercado nacional, como refere Georg Dutschke.
Sem avançar os valores das primeiras vendas da Pasto Real, os objectivos a atingir ou do investimento realizado na campanha publicitária já a decorrer, os responsáveis da empresa referem não estar a dar muita atenção à exportação, embora admitem aproveitar “uma oportunidade, se aparecer”.
A postura de não apostar na exportação não será por falta de capacidade de resposta, mas porque a opção foi concentrar os esforços no mercado nacional.
Cunhal Sendim referiu à Lusa que “a capacidade de produção instalada é grande” e deu como exemplos, nos ultracongelados, “as oito toneladas de hambúrguer ou os 200 vitelões abatidos por mês”.
A Cortefino resultou de uma reestruturação accionista e organizacional de uma empresa, a CIVC, e no ano passado começou uma “nova vida”, com uma direcção renovada.
Em 2004, ano de arranque, a facturação atingiu cerca de três milhões de euros e foi decidida a aposta em novos produtos, de qualidade e biológicos, e na expansão da rede de lojas Pasto Real, actualmente duas, situadas em Lisboa, onde o conceito é o “bio gourmet”.
A promoção da marca de carne baseia-se na qualidade e segurança alimentar já que a Cortefino controla todo o processo, da produção, onde tem vários parceiros “exclusivamente portugueses”, à comercialização nas lojas, de hipermercados à pequena distribuição, retalhistas ou canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés).
A marca Pasto Real tem carne biológica vitelão, borrego merino ou porco preto, certificada pela Sativa e apresentada sob a forma de fumeiro, ultra-congelados (quatro tipo de hambúrguer, de almôndegas e carne de vitelão picada) ou fresca.
Para o segundo semestre, os responsáveis da Cortefino esperam alargar a oferta de produtos Pasto Real a ovos, azeite, bolachas e cereais, doces ou queijos.
Fonte: Agroportal