O consumo de água contaminada com elevados níveis de crómio provoca lesões hepáticas e renais, concluiu um estudo da Universidade de Coimbra (UC) divulgado esta semana, e que alerta para a necessidade de se monitorizarem os seus parâmetros.
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do estudo, Maria Cármen Alpoim, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), explicou que com o estudo ficou demonstrado que “consumo continuado de água da rede pública contaminada com crómio hexavalente provocou graves lesões hepáticas e algumas lesões renais e, embora não se tenham registado desenvolvimento de tumores, observaram-se alterações no metabolismo da glicose”.
A especialista explanou que “os doentes desenvolvem um quadro clínico idêntico ao da diabetes tipo 2 e passam a sofrer de elevados níveis de ácido úrico”.
O estudo, publicado recentemente na revista científica “Toxicology and Applied Pharmacology”, foi desenvolvido ao longo do último ano e meio, em colaboração com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e com o Centro de Histocompatibilidade do Centro.
Os resultados do estudo alertam para a necessidade de controlo da água de abastecimento público em zonas industriais e rurais, dado que nestas últimas, a utilização de pesticidas, que têm elevados níveis de arsénio, pode contribuir para a contaminação de lençóis freáticos, enquanto nas zonas industriais, as maiores fontes de contaminação dos solos residem no crómio e no níquel.
Fonte: Saúde na Internet