Consulta de obesidade infantil sem resposta nos hospitais nacionais

A procura de consultas de obesidade infantil tem aumentado nos últimos anos, no entanto, os hospitais portugueses demoram de dois a três meses no máximo para conseguir das respostas às solicitações.

Os serviços públicos aceitam, na sua maioria, apenas casos considerados mais graves ou em que existem outras doenças associadas, como hipertensão ou diabetes, que acabam por ser assistidos nos centros de saúde, o que até faria sentido «se os médicos tivessem tempo para o fazer e apoio nas diversas vertentes», nomeadamente ao nível das consultas de nutrição e psicologia, refere a coordenadora da consulta no Hospital de Santa Maria, Helena Fonseca.

No Porto, esta consulta existe desde 1998, mais foi apenas a partir de 2001 que começaram a «aceitar na consulta apenas casos de superobesos ou com outras patologias. A espera por cada caso chegou a ser de um ano», avança Carla Rego, também coordenadora da consulta no Hospital de São João.

Em 1998, a procura «duplicou ou triplicou, refere a médica, acrescentando que há 20 novos pedidos para consulta todas as semanas e aumentam o número de casos de crianças mais novas.

Do Hospital Amadora-Sintra, a pediatra Graciete Bragança diz que não têm recusado doentes, sublinhando que desde 1997 já receberam «mais de 1.300 até aos 18 anos» e que só no ano passado entraram 150 crianças e jovens, o que significa «um aumento anual de casos».

Graciete Bragança admite que apesar de não recusarem casos os centros de saúde «têm feito uma triagem antecipada», limitando o tempo de espera a dois meses, com os restantes a obterem assistência nos cuidados primários.

O Hospital de Santa Maria detém a maior consulta hospitalar, sendo a que junta mais profissionais distintos, desde pediatras, dietistas, fisiologistas do exercício e psicólogos, até assistentes sociais.

Esta funciona como unidade de “fim de linha”, ou seja, apenas recebe os casos mais graves, com um índice de massa corporal acima do percentil 95, para a idade e sexo dos doentes.

O Hospital Pediátrico de Coimbra foi a única unidade que, segundo o Diário de Notícias, garantiu receber todos os casos, sendo a consulta mais antiga do país, «o que talvez contribua para diminuir o tempo de espera da resposta, conta o nutricionista, Sérgio Cunha Velho, assinalando que apenas atendem pessoas até aos 14 anos.

Em Coimbra, a lista de 500 utentes está preenchida sobretudo por jovens entre os 10 e os 13 anos.

Fonte: DN e Confagri

Veja também

Consumo de café aumenta resposta ao tratamento da hepatite C

Os pacientes com hepatite C avançada e com doença hepática crónica que receberam interferão peguilado …