CE alerta Portugal por falhas de higiene e segurança nos matadouros

A Comissão Europeia alertou Portugal par ao facto da legislação sobre segurança e higiene nos matadouros nem sempre ser cumprida.

A auditoria da Comissão Europeia (CE) revela que sete dos nove estabelecimentos de abate inspeccionados apresentam deficiências graves de higiene, no entanto, o organismo responsável pela verificação do cumprimento das normas europeias relativas à alimentação concluiu que a negligência é mais evidentes em dois matadouros.

Falhas como a ausência de salas para limpeza de equipamentos, deficiências ligadas aos exames bacteriológicos de carcaças, deficiências nos produtos finais e no leite cru e produtos mal embalados são algumas das lacunas referidas no documento, o qual assinala ainda que a legislação não está a ser cumprida na inspecção dos animais depois do abate.

A acção da CE verificou também que em nenhum dos estabelecimentos visitados era efectuado o teste à trichinella, um parasita que afecta principalmente a carne de porco, e cuja despistagem é obrigatória.

O serviço alimentar e veterinário europeu lembra que estes matadouros já tinham sido inspeccionados pelas autoridades nacionais e por isso afirma não compreender porque é que não foram feitas as devidas correcções, acusando as autoridades nacionais de falra de eficácia por não garantirem a qualidade exigida pela legislação comunitária.

Perante este cenário, aComissão recomenda a Portugal que corrija de imediato as falhas de higiene detectadas, que cumpra a legislação no que diz respeito aos produtos tradicionais e que passe de imediato a fazer os testes à trichinella.

Em resposta à CE, a Direcção-geral de Veterinária (DGS) reconhece que em matéria de higiene existem pontualmente aspectos que não foram verificados pelo controlo oficial, mas Agrela Pinheiro garante que todas as falhas apontadas por Bruxelas já foram corrigidas e que quase toda a carne que sai dos matadouros é inspeccionada.

A DGS adianta ainda que há um reforço nos cursos de inspecção sanitária e garante que os testes à trichinella vão passar a ser efectuados em todos os matadouros do país. «Todos os estabelecimentos de abate do país têm o equipamento necessário à pesquisa da trichinella e mais, até ao fim do mês de Novembro, quem não fizer o teste tem que congelar a carne», afirma Agrela Pinheiro.

O bastonário da Ordem dos Veterinários, João de Sousa, também desvaloriza a ameaça do parasita, mas afirma que em alguns matadouros o problema não está a ser tratado como devia.

Fonte: Sic e Confagri

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